• Cuiabá, 24 de Junho - 00:00:00

GUARDIÕES PLANETÁRIOS


Brasil - Hoje, os Guardiões Planetários, um coletivo global independente comprometido com a elevação da ciência dos Limites Planetários, anunciou que Dr. Carlos Nobre e Christiana Figueres se uniram aos Guardiões Planetários. Durante o evento, um grupo de cientistas indígenas extraordinários também foi homenageado. O evento ocorreu no AYA Hub, sede da AYA Earth Partners, o primeiro e maior ecossistema dedicado a acelerar a economia regenerativa e de baixo carbono do Brasil.

"Estamos profundamente entristecidos pelas terríveis inundações que devastaram o estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Nossos corações estão com todos aqueles que perderam entes queridos e que foram forçados a abandonar suas casas. A atual crise planetária causada pelo homem precisa estar no topo da agenda de todos os líderes globais para impedir eventos climáticos e meteorológicos extremos que estão causando imenso sofrimento, especialmente para os Povos Indígenas e as comunidades mais vulneráveis. Isso sempre traz mais urgência às ações e, como Guardiões Planetários, estamos comprometidos em agir", conta Hindou Oumarou Ibrahim, Presidente dos Guardiões Planetários.

O Guardiões Planetários foi criado para ajudar a resolver a urgência deste momento. Este coletivo diverso e global está comprometido em ouvir a ciência, a sabedoria dos Povos Indígenas e o planeta para elevar os Limites Planetários como uma medida e um quadro operacional para o mundo.

O cientista mundialmente renomado e Prêmio Nobel, Dr. Carlos Nobre dedicou sua vida a pesquisar a Amazônia (veja abaixo mais informações). Christiana Figueres tem uma experiência sem precedentes colaborando entre setores para proteger o planeta e a humanidade, como no Acordo de Paris, no qual ela teve um papel integral (veja abaixo para mais informações). Durante o evento que aconteceu nesta sexta-feira (24/5), Dr. Carlos e Christiana foram anunciados como os dois novos membros do coletivo global The Planetary Guardians. Dr Carlos, como o primeiro brasileiro a fazer parte.

O evento "Celebrando Cientistas Brasileiros" também homenageou o trabalho de Cientistas Indígenas: Braulina Baniwa, ativista pelos direitos das Mulheres Indígenas e mestranda em Antropologia Social na Universidade de Brasília; Francisco Apurinã, que está trabalhando com a Universidade de Helsinki pesquisando mudanças ecológicas em uma perspectiva indígena; Sineia Bezerra do Vale, gestora ambiental da Terra Indígena Serra da Lua, autoridade do clima no Brasil, indicada para co-presidente do Fórum Internacional de Povos Indígenas para o Clima, mestranda em Desenvolvimento Sustentável junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT), na Universidade de Brasília, autora de Amazad Pana'Adinham: Perspectiva Indígena sobre Mudança Climática em Serra da Lua, a primeira publicação indígena brasileira sobre mudança climática; e Cristiane Gomes Julião, PhD em Antropologia Social no Museu Nacional/UFRJ, focando em direitos humanos, Povos Indígenas e meio ambiente.

"A Floresta Amazônica é o coração biológico do planeta, com pelo menos 13% da biodiversidade mundial. Aproximadamente 28 milhões de pessoas vivem na Amazônia brasileira, incluindo muitos Povos Indígenas, afrodescendentes e comunidades ribeirinhas que preservam a floresta há centenas de anos. Investir nessas pessoas e garantir que possam proteger a floresta amazônica é um dos melhores investimentos que podemos fazer para preservar nosso sistema de suporte de vida compartilhado", destaca o cientista Dr. Carlos Nobre sobre a importância de proteger as comunidades indígenas e a Amazônia.

"Sem a Amazônia, será impossível retornar nosso planeta à segurança. Investir no Brasil é uma das melhores apostas da humanidade para manter o limite de 1,5 grau, mesmo que temporariamente ultrapassado. Ainda não é tarde demais, se todos juntos colaborarmos", acrescenta Christiana Figueres.

A ciência é clara, o desmatamento e as mudanças climáticas podem estar empurrando a Amazônia em direção a um ponto de inflexão. A Floresta Amazônica desempenha um papel vital na prestação de serviços ecossistêmicos globais essenciais e na regulação do clima, assim como o Cerrado e outros biomas. De acordo com o trabalho de Carlos Nobre, o aquecimento global de 2°C a 2,5°C junto com 20%-25% de desmatamento na Amazônia poderia representar um ponto de inflexão que teria implicações perigosas para o mundo.

O G20 brasileiro é o momento de ousar mais uma vez, uma grande transformação para o sistema financeiro global, e o Brasil é o país perfeito para liderar isso. Essa transformação precisa incluir a reforma da dívida e a entrega do Fundo de Perdas e Danos de pelo menos $100 bilhões por ano, incluindo empréstimos adicionais para outros limites planetários, como biodiversidade e oceanos, para facilitar a adaptação.

O membro dos Guardiões Planetários, Dr. Johan Rockström – cofundador do Stockholm Resilience Centre, diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre Impacto Climático, junto com vinte e oito cientistas globais mostraram por meio do mais recente exame de saúde dos Limites Planetários, que seis dos nove Limites Planetários que regulam a saúde do nosso planeta foram ultrapassados, aumentando o risco de danos irreversíveis ao sistema terrestre que nos mantém vivos.

"Nossa única chance de um pouso climático seguro é uma abordagem unificada na qual retornamos simultaneamente ao espaço seguro para todos os Limites Planetários, em particular os limites da biosfera de biodiversidade, terra e água", explica Rockström.

Para Richard Branson, fundador do Virgin Group, Virgin Unite e membro do Conselho Consultivo dos Guardiões Planetários, "A necessidade de ação nunca foi tão urgente. Nosso planeta, o único lar que temos, está em mau estado. Apesar disso, há esperança. O gênio da ciência dos Limites Planetários alerta sobre os riscos e oferece um roteiro para permanecer dentro dos limites do nosso planeta. Trabalhando juntos, podemos tornar o planeta em um lugar melhor para nossos filhos e netos."

O anúncio também traz o Instituto Arapyaú, uma instituição filantrópica brasileira, como o mais novo membro do Conselho Consultivo dos Guardiões Planetários. O Arapyaú, como o único representante brasileiro no Conselho, trabalhará ao lado de Johan Rockström e Carlos Nobre para identificar iniciativas científicas brasileiras importantes que também ajudarão a informar a iniciativa global de Ciência das Fronteiras Planetárias.

"Estamos honrados pelo convite para ingressar no Conselho Consultivo dos Guardiões Planetários. Esse reconhecimento reconhece a missão que o Arapyaú vem perseguindo nos últimos 15 anos de contribuir para um desenvolvimento justo, inclusivo e de baixo carbono no Brasil. Indiscutivelmente, os recentes eventos horríveis no Rio Grande do Sul destacaram a importância de uma abordagem sistemática e interconectada para a nossa existência na Terra. Estamos convencidos de que o quadro das Fronteiras Planetárias pode servir como essa ferramenta poderosa para regular a saúde do nosso planeta", ressalta Renata Piazzon, Diretora Geral do Instituto Arapyaú.

Mais informações:

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Sobre os Guardiões Planetários

Os Guardiões Planetários são um coletivo de líderes comprometidos que dedicaram suas vidas a servir as pessoas e o planeta. Eles estão se unindo sem outra agenda além de fazer a coisa certa para garantir um futuro seguro, justo e saudável, no qual a humanidade e o planeta prosperem juntos. Sua missão é elevar a ciência para fazer dos Limites Planetários uma medida e um quadro operacional para o mundo e iniciar um movimento no qual todos, em todos os lugares, se unam como guardiões de nossa casa compartilhada.

Carlos Nobre

Carlos Nobre é cientista sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo e presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Ele dedicou sua carreira científica a pesquisar os riscos de empurrar a Amazônia em direção a um grande ponto de inflexão, impulsionado pelo aquecimento global, desmatamento e incêndios florestais. Seu trabalho também foca em soluções para salvaguardar a Amazônia, como o Projeto Amazônia 4.0 para desenvolver uma "bioeconomia de floresta em pé para a Amazônia".

Christiana Figueres

Christiana é uma líder internacionalmente reconhecida em mudanças climáticas globais, co-fundadora da Global Optimism e ex-Secretária Executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Durante seu mandato, Christiana reuniu governos nacionais e subnacionais, corporações e ativistas, instituições financeiras e comunidades de fé, think tanks e provedores de tecnologia, ONGs e parlamentares, para juntos entregar o inédito Acordo de Paris que foi adotado em 2015.

Renata Piazzon

Diretora Geral do Instituto Arapyaú, co-facilitadora da rede Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e cofundadora da iniciativa Concertação pela Amazônia. Ela é formada em Direito, possui mestrado em Direito Ambiental e formação na Harvard Kennedy School, Schumacher College, Amani Institute e Homeward Bound. Seus prêmios incluem Chambers Latin America, Who's Who Legal, The Legal 500 e Prêmio ABRAPS 2017. Uma líder em ascensão na agenda de mudança climática, Renata participou da equipe de transição do governo para o Meio Ambiente em 2022 e agora é membro do Conselho da Presidência para o Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável.

Ciência dos Limites Planetários (3.0)

As crises climáticas e de biodiversidade que vivenciamos hoje demonstram que os impactos da humanidade no planeta como um todo são agora tão grandes que devemos, para que nossas sociedades continuem a florescer, gerenciar nossa relação com o planeta como um todo. O quadro dos Limites Planetários, introduzido em 2009, identifica limites para os impactos da humanidade no ambiente global. O entendimento científico atual sugere que respeitar esses limites minimizaria o risco de as atividades humanas desencadearem uma mudança dramática e potencialmente irreversível nas condições ambientais globais. Para ser relevante, o quadro dos Limites Planetários deve ser atualizado regularmente para incluir o mais recente entendimento científico dos processos do sistema terrestre e o impacto das atividades humanas sobre eles. A recém-lançada terceira atualização, Limites Planetários 3.0, foi liderada por Katherine Richardson, Professora e Líder do Centro de Ciência da Sustentabilidade da Universidade de Copenhague e co-desenvolvedora do quadro desde sua criação.
 

Lista de Guardiões

  • Mary Robinson – Presidente dos The Elders e Professora Adjunta de Justiça Climática no Trinity College Dublin; ex-Presidente da Irlanda e ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, co-fundadora.
  • Dra. Sylvia Earle – cientista marinha, exploradora, autora, ex-Cientista Chefe da NOAA, Exploradora Emérita da National Geographic, Fundadora da Deep Ocean Exploration and Research, Inc., Fundadora da Mission Blue, Conselheira do Harte Research Institute.
  • Xiye Bastida – defensora indígena da Terra, organizadora líder do Fridays for Future, co-fundadora da Re-Earth, e ativista climática.
  • Presidente Juan Manuel Santos – Ex-Presidente da Colômbia, homenageado como Prêmio Nobel da Paz e membro dos The Elders.
  • Hindou Oumarou Ibrahim – Presidente da Associação de Mulheres e Povos Indígenas do Chade (AFPAT), Membro do Fórum Permanente das Nações Unidas para Questões Indígenas
  • Sunita Narain – Diretora do Centro para Ciência e Meio Ambiente (CSE) e ex-membro do Conselho sobre Mudança Climática do Primeiro-Ministro da Índia, uma das pessoas mais influentes do mundo segundo a TIME.
  • Farwiza Farhan – fundadora da ONG Floresta, Natureza & Meio Ambiente Aceh (HakA), nomeada como TIME 100 Next e premiada com o TIME 100 Impact Award em 2023.
  • Robert Redford – ator, diretor, produtor e ambientalista comprometido, fundador do Sundance, curador do Natural Resources Defense Council, Medalha Presidencial da Liberdade em 2016.
  • Ayisha Siddiqa – defensora dos direitos humanos e da terra, cofundadora da coalizão liderada por jovens Polluters Out e da Fossil Fuel University, TIME Mulheres do Ano em 2023.
  • Ralph Chami – 25 anos no Fundo Monetário Internacional e especialista em Finanças Baseadas na Ciência, cofundador da Rebalance Earth e Blue Green Future.
  • Dr. Naoko Ishii – professora e vice-presidente executiva da Universidade de Tóquio, diretora do Centro para Comuns Globais, ex-CEO e presidente do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), ex-Vice-Ministra de Finanças no Japão.
  • Hiro Mizuno – ex-Diretor de Investimentos do Fundo de Pensão do Governo do Japão, Enviado Especial das Nações Unidas para Finanças Inovadoras e Investimentos Sustentáveis.
  • Dra. Jane Goodall – DBE, Fundadora do Instituto Jane Goodall, Mensageira da Paz da ONU.
  • Dr. David Suzuki – cientista, personalidade de televisão com "The Nature of Things", autor e ativista ambiental, cofundador da Fundação David Suzuki.
  • Paul Polman – ex-CEO da Unilever, coautor de "Net Positive" e defensor dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
  • Dra. Mamphela Ramphele – ativista, médica, acadêmica, empresária e líder de pensamento político.
  • Wade Davis – antropólogo, autor, fotógrafo e cineasta, Explorador Residente da National Geographic Society.
  • Carlos Nobre – Cientista Sênior e premiado com o Nobel do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, cientista e defensor da Floresta Amazônica.
  • Christiana Figueres – ex-Secretária Executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, fundadora da Global Optimism.

Informações da Assessoria




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