O estado precário das rodovias no eixo Jangada/ Itanorte já é conhecido há décadas. Pessoalmente, constatei serem as piores que percorri em campanha,apesar da importância no escoamento de indústrias,gado e soja da região.
A solução adotada foi a privatização através de leilão.
Dúvidas me vieram à cabeça:
Qual será o trabalho efetivado antes da implantação das praças de pedágio?
O valor a ser cobrado (R$ 7,90 em cada uma das quatro paradas)não tornará o trajeto
caro demais? Implicará despesa adcional da mercadoria, interferindo imediatamente no custo de vida da área?
Como ficará a empresa que já atua em uma das vias?
As alternativas mais baratas não desviarão o tráfego de alguns municípios, prejudicando a população e o comércio local? As transportadoras economizarão R$ 40,00 se desviarem pelas BRs próximas.
Recursos do Fethab não poderiam baratear o empreendimento ou executar a obra? A arrecadação ultrapassa bilhão e apenas R$ 15 milhões são destinados às rodovias. As cidades possuem serviço de bombeiro e SAMU para apoio?
A hora é essa? O leilão já foi adiado algumas vezes. Agora, faltando pouco mais de um mês para o término do
mandato é, no mínimo, inadequado.
Em contato com os vereadores de Tangará (Wilson Verta,Hélio da Nazaré e Sandra Garcia) percebi que a pretensão é adiar a decisão para o próximo governador. Desta forma, afastam-se as especulações de pagamento de dívida de campanha e proporciona diálogo mais profundo com os usuários. Identifico-me com Carlos Drummond de Andrade: "Dizer a última palavra sobre um assunto é menosprezar a potencialidade do assunto".
Resumindo: Os atos públicos devem ser transparentes e motivados, e não impostos ao povo. E, com certeza, nunca projetar um "abacaxi" a ser descascado pelo sucessor.
Faissal Calil é advogado, ex-vereador por Cuiabá e foi eleito para deputado estadual por Mato Grosso pelo Partido Verde.
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