Quanto do seu tempo você dedica para pensar na estratégia da sua empresa: 50, 80, 30 ou 10% do seu tempo? Seja honesto e faça uma avaliação de qual foi a última vez que dedicou algumas horas para avaliar o mercado onde sua empresa está inserida, concorrentes, produtos e serviços, desempenho geral da equipe, dentre outros aspectos importantes para mapear onde ela está e onde quer chegar.
Segundo uma pesquisa publicada pela revista Harvard Business Review, em que é perguntado como o executivo gasta seu tempo, do total de tempo investido com a gestão, apenas 3 horas por mês normalmente são investidos ao pensamento estratégico, ou seja, a maior parte do tempo o gestor ainda está resolvendo problemas da operação.
Enquanto o principal executivo da empresa está cuidando da operação, quem está pensando na estratégia? Você pode estar tendo resultados atualmente, mas e quando o mercado estiver mais recessivo? Tenho atendido vários clientes que estão passando por momentos turbulentos, de quedas no faturamento. E em períodos de crise é que notamos quem tem estratégia e quem não tem, pois ela vem justamente para que forçosamente pensemos em estratégia.
Afinal, o que é estratégia? Michael Porter, um dos principais especialistas em estratégia e professor na Harvard Business School, afirma que significa um conjunto de ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição em uma determinada indústria (empresa) para enfrentar com sucesso às forças competitivas e obter um retorno maior sobre o investimento, ou de forma mais simplista, é criar mais valor que a concorrência.
Para construir seu planejamento estratégico, o primeiro passo é definir a sua diretriz ou objetivo principal, podendo ter como ponto de partida as definições de missão, visão e valores da empresa. A missão é a razão pela qual a empresa existe; a visão se trata de onde a empresa deseja chegar em longo prazo (10 anos, por exemplo); e os valores são os princípios inegociáveis, de que não se abre mão.
Inicialmente você deve fazer um diagnóstico do mercado para poder identificar como a empresa poderá ser impactada pelas ameaças e oportunidades do ambiente externo no presente e futuro. É fundamental descobrir quais são os pontos fortes e fracos, para ganho de competitividade. Nessa etapa, é importante realizar análise de dados disponíveis para um adequado estabelecimento das metas, com números desafiadores e que levem o negócio a um novo patamar. Assim, terá realizado um diagnóstico interno da empresa.
O próximo passo é construir um plano de ação. Com todas as informações em mãos, internas e externas, identificando oportunidades e ameaças, você e sua equipe poderão traçar meios de implementar esse plano. Outro ponto importante: monitorar a execução e os resultados. Avalie cada passo e, se preciso, reveja a estratégica utilizada. Priorize métricas e indicadores previamente definidos. Nada de bola de cristal ou 'achismo'!
Também oriento clientes a reforçar as ferramentas que otimizem a comunicação. Quando a empresa cresce, os problemas de comunicação costumam aumentar exponencialmente. Mas a gente sabe que para alcançar bons resultados é fundamental ter um time muito alinhado e com alta performance!
Resumindo, o cerne da boa estratégia se baseia em ter uma diretriz norteadora, um diagnóstico com números, dados confiáveis, ações coerentes com a diretriz e o planejamento, além de um acompanhamento sistemático que permita alterações de rumo em tempos de fortes mudanças. Dedique um pouco mais de tempo para pensar na estratégica da sua empresa e terá um caminho mais previsível, com melhores respostas as mudanças e crises e com mais valor ao seu cliente.
Kelly Nunes é Administradora pela UFMT, MBA em Gestão Estratégica Avançada pela UFMS, Título de Coordenadora em Dinâmica dos Grupos pela SBDG, 23 anos de experiência em gestão empresarial, processos e planejamento estratégico e sócia proprietária da Nunes Brandão Gestão e Governança, kelly@nunesbrandao.com.br.
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