O sistema judiciário brasileiro possui peculiaridades interessantes que reforçam a importância da advocacia. Este protagonismo se confirma na missão confiada a cada profissional pela busca da efetivação dos direitos previstos em nossa Constituição, na árdua luta para transformar o conceito de justiça da teoria para a prática, papel desempenhado todos os dias em cada juizado especial, em cada fórum, em cada tribunal.
A ausência de distinção entre as causas se confirma com o ordenamento jurídico brasileiro e suas peculiaridades levantadas no início deste texto. Um (a) advogado (a) recém-formado (a), por exemplo, pode, tão logo receba sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil, embarcar para Brasília e fazer uma sustentação oral perante os 11 ministros que compõem a mais alta Corte do país ou peticionar em um juizado especial, tratado pela Lei como o foro para solucionar litígios de menor complexidade. Em outros países, como os Estados Unidos, é necessário tempo de advocacia para galgar a condição de advogar em instâncias superiores.
Ter o entendimento deste papel na sociedade brasileira é de fundamental importância para cada um dos profissionais. O (a) advogado (a) é, sem sombra de dúvidas, o último sopro de esperança do seu cliente e deve tratar cada causa, seja em um juizado especial, seja no Supremo Tribunal Federal (STF), como a ação mais importante da vida daquele que nos confia o patrocínio da causa e, portanto, devemos atuar sempre com nossa melhor capacidade técnica.
E esta liberdade deve ser encarada pelos profissionais do Direito como uma responsabilidade. É preciso um contato próximo e pessoal do profissional da advocacia com seu cliente, para que aquele que deposita na Justiça sua esperança, seu pleito, se sinta de fato atendido. Defender um cliente significa se apropriar de sua causa, de sua luta, toma-la para si e fazer o melhor nesta defesa. Não há espaço para uma relação distante, mercantilista, para uma defesa que seja menos que aguerrida.
Do mesmo modo, à população que busca uma solução para um determinado conflito, é de fundamental importância conhecer o profissional que vai defende-lo perante à Justiça. Saber quem é a pessoa, qual seu histórico profissional e buscar esta relação de proximidade com seu defensor, enfim, tratar com ele de forma pessoal. Quem tem uma demanda judicial deve se guiar por aspectos objetivos na escolha desta pessoa.
Aos advogados e advogadas, cujo papel na sociedade está gravado na nossa Constituição, por meio do artigo 133, é de fundamental importância entender que a causa do momento é a causa mais importante de sua vida. Seja em um juizado especial, seja no Supremo Tribunal Federal.
Leonardo Campos é advogado e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT).
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