• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Ainda sobre Dante

Sobre o artigo “Dante faz falta” publicado neste espaço no dia 8 deste mês, recebi do empresário Carlos Antonio de Borges Garcia, o comentário que publico abaixo na íntegra:

“Acompanhei atentamente o Governo Dante de Oliveira, quando tomei posse como presidente da Fiemt em dezembro de 1994. Dante toma posse no Governo em janeiro de 1995 e fizemos algumas ações em conjunto. A política industrial implantada em Mato Grosso teve origem em uma parceria da Fiemt com o governo. O  trabalho  foi conduzido pela Fiemt e teve de nossa parte a liderança do superintendente da Fiemt, à época o saudoso José Epaminondas, os professores Ivo Cuiabano Scaff,  Carlos Vitor , Manuel Martha e Serafim Carvalho Melo, além da minha contribuição como empresário e interlocutor com o governo. Pelo governo foi conduzido pelo secretário de Planejamento Edson Garcia e posteriormente pelo secretário Guilherme Muller. A base da implantação da política de incentivos fiscais no estado que foi posteriormente conduzida pelo secretário da Industria e Comércio, Carlos Avalone, alavancando e atraindo diversas indústrias para Mato Grosso. Me lembro também quando lideramos uma viagem para o Pacífico com o intuito de abrir fronteiras para a indústria de Mato Grosso. Fizemos rodas de negócio Em Arica, no Chile, no Peru nas cidades de Tacna Ilo e na capital Lima.  Fomos de ônibus os 3500 km: empresários , jornalistas , inclusive o autor do artigo Onofre. Outro grupo de avião sob a liderança do empresário João Petroni. Onde entra o Dante nisto, enviou o economista Wagner Gouveia.

Após a viagem relatos dos feitos e os avanços na integração empresarial, diversas empresas começaram a interagir com o mercado andino. Dante de posse dos trabalhos foi ao Presidente Fernando Henrique e conseguiu a verba para o asfalto de Cáceres a San Mathias, na Bolívia. Infelizmente após a sua passagem os avanços no prosseguimento da ligação com os países andinos sofreu descontinuidade. Ganha as eleições de 2002 o PT, Lula, no acre Jorge Viana PT, em MS Zeca do PT,e no governo Lula ,com recursos do BNDES, o asfalto Acre-Peru e Corumbá-Santa Cruz de La Sierra. Os  400 km que faltam a serem asfaltados na Bolívia numa região de fácil acesso não teve prosseguimento até a data de hoje, ficamos sem esta ligação.

A luta política do Dante junto com a Eletronorte, na implantação do Gás da Bolívia e também a retomada das obras da Ferrovia que chegou em 2002 em Alto Araguaia. De 2002 até 2013 a ferrovia caminhou apenas em torno de 200 km. Faltou vontade política dos governos Lula-Dilma de avançar com a ferrovia passando por Cuiabá a caminho nortão do estado. Dante tinha visão estratégica de desenvolvimento e conversava muito, escutava diversas opiniões e decidia. Por diversas vezes fui convidado por ele para conversar sobre o desenvolvimento de Mato Grosso. Viajamos para Bolívia , Peru , Chile e Argentina , fomos recebidos por todos os presidentes destes países e o discurso era um só à integração!

Um fato relevante e pouco difundido após o seu falecimento, foi quando ele em viagem a Mendoza, Argentina, negociou com a Impsa fabricante das turbinas das usina de Manso a vinda delas pelo rio Paraguai, mostrando a todos a importância da navegação fluvial e a reativação da navegação por esta via tão importante. Dante faz falta não só na política partidária, também na estratégia de implantação de políticas macro para o crescimento de Mato Grosso. Catonho Garcia, ex presidente da Fiemt."

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onoferibeiro.com.br   www.onforeribeiro.com.br.



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