• Cuiabá, 23 de Novembro - 00:00:00

Brasil: mercado promissor para o Live Commerce?

O cenário do varejo eletrônico está em constante evolução, e uma estratégia que tem ganhado destaque é o Live Commerce. Originado na China, esse método de venda combina a conveniência das compras online com a vivacidade de um programa ao vivo, proporcionando uma experiência única aos consumidores.

O Live Commerce emergiu com o avanço da tecnologia de transmissão ao vivo e a proliferação do uso de smartphones e redes sociais. Essa estratégia funde os benefícios do e-commerce com os do marketing de conteúdo, criando uma interação envolvente com os consumidores. É, essencialmente, a convergência entre entretenimento e vendas.

O Brasil se destaca como um dos mercados mais receptivos ao Live Commerce, com 88% dos entrevistados demonstrando interesse em participar de eventos desse tipo, segundo pesquisa do Statista (plataforma online alemã especializada em coleta e visualização de dados).

Mais de metade dos participantes que experimentaram uma sessão de comércio ao vivo efetuaram uma compra na ocasião. Segmentos como roupas e acessórios, eletrônicos e computadores lideram as preferências, com mais de 66% dos entrevistados manifestando interesse em eventos de transmissão ao vivo para essas categorias.

O preço do produto anunciado é um fator decisivo para os consumidores brasileiros, conforme indicado pela pesquisa. A busca por descontos exclusivos, informações detalhadas sobre os produtos, fácil acesso à ferramenta de compra e respostas rápidas a dúvidas são os motivos principais que impulsionam a participação em lives de comércio.

Diversas plataformas são utilizadas para o Live Commerce, mas as preferidas pelos consumidores são aquelas que incentivam o engajamento e já têm histórico com conteúdo ao vivo. Segundo a McKinsey & Company, as cinco principais plataformas na Europa, América Latina e Estados Unidos são Facebook, Instagram, YouTube, TikTok e Amazon.

O Live-Commerce no Brasil: desafios e oportunidades

O Live Shopping não é exclusividade de grandes marcas; ele pode ser implementado por empreendedores de todos os portes. Suas vantagens incluem o potencializado engajamento do cliente, interações em tempo real entre apresentadores e potenciais clientes, além de criar uma experiência de compra envolvente e personalizada. Além disso, os dados e análises coletados durante as transmissões ao vivo fornecem informações valiosas sobre comportamento e preferências do cliente, aprimorando a assertividade das estratégias de marketing e vendas.

Embora o Live Commerce no Brasil atualmente se assemelhe mais a uma versão de Shoptime e Polishop TV do que ao modelo originado na China, há espaço para crescimento. Na China, estima-se que a penetração do live-commerce seja entre 15% a 20% do e-commerce tradicional, segundo In Hsieh, cofundador da Chinnovation, em entrevista à Forbes. Isso sugere um vasto potencial inexplorado no mercado brasileiro.

É crucial que empresários brasileiros compreendam essa tendência em ascensão para alavancar crescimento no mercado atual. A escolha das plataformas, a estratégia de criação de experiências cativantes para seus clientes e a coleta de dados de preferências dos consumidores, são fatores chave no sucesso da estratégia.

O Live Commerce não apenas impulsiona as vendas, mas também fornece insights valiosos para aprimorar futuras campanhas. Esteja atento ao potencial não explorado no mercado brasileiro e posicione sua marca na vanguarda dessa revolução no varejo eletrônico.

Em um mundo cada vez mais digital, o Live Commerce representa a convergência perfeita entre tecnologia, entretenimento e vendas. Adapte-se e colha os frutos desse fenômeno em ascensão no universo do marketing.

 

Patricia Artoni é professora da FIA Business School.



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