Onofre Ribeiro
Dia desses escrevi aqui neste espaço um artigo onde afirmei que a sincronização provocada pela pandemia do corona vírus só poderia ser obra de um governo espiritual do mundo. Temia apanhar dos leitores. De fato apanhei. Mas muito menos do que esperava. Foi mais intolerância religiosa. Isso eu já esperava. Pessoas lúcidas e conectadas fora dos dogmas compreenderam essa estranha mecânica sincronizada que atropela o mundo atualmente.
Se, de um lado teve toda a paranoia da doença transformada em pandemia mundial, de outro, teve as mudanças extraordinárias na ressaca. Atingiu a economia, a política, os governos, as empresas, as indústrias e agora começa a fazer estragos no setor mais atrasado da sociedade, que é a política e o modelo de Estado.
Mas onde tenho me detido mais nas observações de tudo isso, é no comportamento das pessoas. De modo geral melhorou bastante. Está acabando, por exemplo, aquela paranoia neurótica do futebol sobre as pessoas. Junto com a mania da cerveja, das religiões, das telenovelas na televisão e outras drogas. O futebol com enorme poder alienante e emburrecedor está perdendo muito espaço pra coisas mais simples da vida como o viver consigo, com a família e amigos. As telenovelas hoje dão os últimos suspiros junto a uma audiência que prefere encarar a novela da própria vida, com seus dramas e vivências. Já a cerveja ainda mantém enorme território junto à sociedade. O que não sei dizer é se está associada ao alcoolismo ou se está ligada à vida e ao companheirismo por prazer.
Muita gente ainda espera nas religiões as respostas pras suas angústias e solidão. É mesmo de se esperar porque vastas camadas da população padecem da falta de informação e precisa de dogmas. Outras camadas buscam de maneira mais sustentável compreender a dinâmica da sua vida. Aprendeu-se a esquecida vida em família, durante os confinamentos. Muita gente se redescobriu e se viu como pessoa boa, generosa e de bem com a vida. O consumo exagerado sofreu uma freada grande. Muita gente está vivendo feliz com muito menos do que antes. Aqui, confesso que vivo essa experiência minimalista de viver com cada vez menos itens na vida. Está bom e está dando certo.
Porém, a noção da vida dentro da sociedade com seus deveres e direitos ainda não está muito clara pra grande maioria. Mas caminha pra compreensão. O que nós adultos não conseguirmos adaptar, nossos filhos e as gerações novas nos empurrarão pra frente.
Neste arrigo quis colocar em discussão essa percepção de que o fim da pandemia nos impõe obrigatoriamente repensar e repensar os nosso pensamentos individuais e coletivos, porque os tempos serão cada vez mais novos.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.brTC


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