Da Redação
"As estradas brasileiras poderão voltar aos tempos do tapa-buracos, se o Governo Federal não priorizar recursos para manutenção rodoviária no Orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit)". O alerta foi pontuado pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura do Congresso Nacional, destacando que em momento de mais recursos oriundos do leilão do pré-sal - a União deve projetar mais investimentos na infraestrutura.
A consideração se atém em razão de o Dnit "já estar sem orçamento" para finalizar o exercício 2019.
Durante reunião da Comissão Mista de Orçamento, em audiência pública para tratar de recursos para investimentos no setor de turismo, ontem (15), o senador mato-grossense explicou que "o Dnit já está sem recursos para fazer a manutenção das estradas, e sinalizou a existência de grande preocupação com o possível retrocesso nas rodovias".
"Nossas estradas troncais funcionam mais ou menos como se jogar uma gota de água em sonrisal. Se derretem a partir do momento em que começam as chuvas, se não tiver manutenção mínima necessária".
Fagundes informou já ter feito o alerta diretamente ao presidente Jair Bolsonaro, e conversou com os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura. Ele sugeriu que o assunto seja tratado pela CMO em audiência com os dois gestores: "Essa é uma questão emergencial", apontou.
Wellington destaca a necessidade de priorizar investimentos no setor de infraestrutura a partir da entrada de recursos com o mega-leilão do excedente de petróleo na camada do pré-sal, previsto para o próximo dia 6. A previsão é de que a União arrecade R$ 106 bilhões com o bônus de assinatura - pagamento que a empresa ganhadora da licitação realiza no início do contrato de exploração. Desse total, cerca de R$ 50 bilhões ficará com a União.
Na 22ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias foram identificados que 57% das estradas apresentam algum tipo de problema no estado geral, cuja avaliação considera as condições do pavimento, da sinalização e da geometria da via. Em 2017, esse percentual era de 61,8%.
O senador do PL foi taxativo: "Infraestrutura é fundamental para tudo. Para as pessoas irem para o hospital, para tirar a produção da zona rural, e até mesmo para o turismo", disse, ao lembrar que estradas ruins, além de afetar diretamente a competitividade econômica do país, faz ampliar o número de acidentes e mortes.
A cada dia, segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o Brasil registra 14 mortes e 190 acidentes nas rodovias federais. Somente em 2018, foram 69.206 acidentes, sendo 53.963 com vítimas. Esses acidentes resultaram em 5.269 mortes no ano.
Conforme os dados, nos 12 anos analisados pela CNT, o Brasil teve 1,7 milhão de acidentes nas rodovias federais, sendo 751,7 mil com vítimas e 88,7 mil mortes. Com a deterioração das rodovias, esse quadro pode recrudescer ainda mais. "Sabemos que os acidentes matam mais que muitas guerras. Por isso, priorizar essa situação é, também, cuidar da vida das pessoas".
Com Assessoria
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