• Cuiabá, 06 de Dezembro - 00:00:00

Triângulo da Auto-obsessão e Recuperação

Em uma abordagem psicodinâmica, é compreensível a origem de doenças mentais como sendo uma autodefesa a condições que podem descompensar ou até desagregar as funções cognitivas, se não identificada, tratada e remida de forma a preceder a remoção da enfermidade, que na verdade se confunde com sintoma ou mesmo mecanismo de defesa do ego.

Os pensamentos obsessivos, de base e natureza neuróticas, trazem comprometimento da percepção e do raciocínio lógico, ao ponto de insistir na realização de algo imaginário, insano e/ou autodestrutivos, tudo, para tirar o foco do trauma originário e evitar o contato e a dor de tocar na ferida, conforme significada, ainda que recalcada ou repugnada. 

O ponto fora da curva que retirou a pessoa-criança do seu processo regular de desenvolvimento em todas as dimensões, física, mental, principalmente, espiritual e emocional, pode ter sido um evento ou uma sucessão uniforme ou pluriforme de rejeição, abandono, violência em todas esferas da condição humana, superproteção enfim, uma miríade de situações existenciais e fenomenológicas.

Isso vai convertendo a linha de evolução em um triângulo onde o amadurecimento emocional e espiritual fica estagnado, fixado numa determinada fase que era para ter sido superada, um ciclo que precisava e precisa ainda hodiernamente ser fechado, para que os demais sejam abertos.

Esse triângulo é composto pela tríade "culpa e ressentimentos, do passado, raiva e vergonha, no presente, medo e desconfiança do futuro.

O contrário, a versão não doentia do triângulo da auto-obsessão é o mesmo holograma, porém da recuperação, com "aceitação e perdão do passado, amor e autoestima no presente, outrossim fé e esperança, de esperançar no futuro.

A ponte de transição é a ressignificação do pretérito, o desenvolvimento de habilidades emocionais só por hoje e para sempre, estabelecimento de metas e objetivos futuros pretendidos e perseguidos com espírito de ousadia e coragem.

Estarei intercalando artigos sobre tópicos de saúde mental em si, que também compõem a psicologia jurídica, com outros reportando os direitos de quem precisa de assistência na área, inclusive o caso cada vez mais expressivo de dependentes químicos.

Essas pessoas merecem viver, com qualidade de vida, livres da escravidão.

 

Paulo Lemos é advogado que também atua jurídicamente na área da Saúde Mental e seus direitos.



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