O Ministério da Economia cortou em 87% os recursos destinados a pesquisas. Dos 690 milhões previstos deixou apenas 90 milhões. A garfada foi distribuída a outros ministérios. O Ministro de Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, deu uns grunhidos e aceitou a tungada. Só quer manter o cargo.
Com a raspada do tacho, órgão como o CNPq ou Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico praticamente fica sem nada para bolsas de estudos e pesquisas. É interessante pontuar que Paulo Guedes, ministro da Economia, fez seu doutorado nos EUA com bolsa do CNPq. Agora nega que outros tenham a chance que ele teve antes.
O governo Federal não mexe em um centavo das emendas parlamentares. As emendas chegam perto de 37 bilhões de reais por ano. Incluindo a nova invenção chamada tratoraço ou dinheiro para parlamentares comprarem tratores para suas bases eleitorais.
Por que, ao invés de tirar da ciência e pesquisa, não buscar um bilhão daquela montanha de dinheiro das emendas? Com a área de ciência, que tem pouca força política, cortam quase todo o recurso, com as emendas nem pensar.
Guedes é o mesmo ministro que disse pouco temo atrás que o Fies ou Fundo de Financiamento do Ensino Superior era “um desastre”. Esse fundo é que financia estudantes em universidade particular. Ao final do curso, ele paga o empréstimo com juros menores.
Guedes contou que o porteiro do seu prédio lhe disse que o filho dele tinha tirado zero em todas as provas e conseguiu o financiamento. Não se sabe por que o ministro conta caso como esse. Para ter o financiamento o aluno tem que ter acima de 450 pontos do Enem e não tirar zero na redação. Onde o Guedes quer chegar contando estórias como essas? Acabar com o Fies? Às vésperas de uma eleição para presidente? Joga a favor ou contra o Bolsonaro?
Mudar para assunto mais positivo, na mesma área de educação, é melhor do que ficar rememorando coisas do Paulo Guedes. Vai ser criada a Universidade Federal do Norte do estado em Sinop. Já existe o campus da UFMT hoje ali. Agora seria outra e separada Universidade Federal. Mais uma, em Rondonópolis foi criada outra, também desmembrada da UFMT em Cuiabá.
Isso dá gancho para voltar ao, ainda não concretizado, campus da UFMT em Várzea Grande que, se estivesse funcionando mesmo, quem sabe poderia ser também no futuro outra Universidade Federal.
Ali no Chapéu do Sol deverão ir cinco diferentes engenharias da UFMT. Ou engenharia de Controle e Automação, Minas e Energia, Computação, Química e Transportes e, no futuro, até outras. A obra está empacada faz muito tempo.
Não se vê nenhuma movimentação da classe politica daquele munícipio para que, em conjunto com a reitoria da UFMT, possa concluir aquela obra e começar para valer o campus da UFMT naquela cidade. Ao longo dos anos MT poderia ter outra Universidade Federal. Acorda, Várzea Grande.
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
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