Um Brasil entrará nas urnas neste domingo e outro Brasil saíra das urnas. Na leitura do experiente jornalista Augusto Nunes, o Brasil que entra é um Brasil com o eleitor encolhido de vergonha, de frustração e de pouca esperança. O Brasil quem o brasileiro vê do lado de cá da eleição, é um Brasil corrompido pela política institucionalizada como canal pra safadezas de todas as espécies. Mais. Dominado por Um Estado-gestor da pior qualidade: inchado, ineficiente e corporativo.
Assisti ao longo da vida a caminhada do Brasil desde a morte de Getúlio, e por estudos da História, o Brasil de antes disso tudo. Sempre foi um passo á frente e dois atrás. Vez ou outra, raramente, dois à frente.
Na visão de Augusto Nunes o eleitor brasileiro está mais calado do que indeciso. Em junho de 2013 estudantes foram às ruas, começando em São Paulo, e colocaram o confuso governo de Dilma Rousseff de joelhos. Levaram junto pro canto do ringue o Congresso Nacional e um patético Judiciário brasileiro. Dilma caiu. O Congresso vai se renovar um pouco, mas não o suficiente. E o Judiciário continua procurando insistente, a porta do abismo.
Os próximos quatro anos a partir de janeiro de 2019 vão nos oferecer tempos de confrontos muito graves. Por mais que não se queira admitir, não há clima pacífico pra uma transição cujas contradições estão localizadas em todos os cantos abrangidos pelo Estado brasileiro.
A transição do regime militar pro civil em 1984, foi precedida de intensas negociações políticas pra evitar confrontos. Tão bem costurada que nem mesmo a morte do arquiteto das negociações, Tancredo Neves, derrubou a ponte construída. Hoje não há pontes. Temos partidos políticos podres. Pontes envelhecidas e caindo aos pedaços. O Judiciário politizado em ilhas. O Congresso Nacional apodrecido. A máquina gerencial do Estado destruída. O Brasil comprometido diante do mundo.
Esta eleição não consertará tudo isso. Poderá até piorar. Mas é um caminho necessário pra que a sociedade enfim compreenda que apesar de um caminho inevitável na democracia, a política pode ser o nosso carrasco quando é dirigida como tem sido no país. De algum modo a eleição nos ensinará alguma coisa! Quem sabe, levantar a cabeça...
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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