Sonia Fiori - Da Editoria
Afiançado por um grupo de oposição ao Governo Mauro Mendes, o ex-deputado federal constituinte, e dono de uma trajetória política que o coloca entre os principais expoentes do meio do Estado, o ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, é o nome "visado" que poderá fazer um enfrentamento nas urnas à gestão estadual - na corrida ao comando do Palácio Paiaguás – sede do Executivo de Mato Grosso, nas Eleições 2022.
Percival Muniz, em entrevista ao FocoCidade, e seguindo seu perfil de extrema cautela ao analisar o assunto, disse: “pode ser que sim, ou que não” – sobre o contexto de vir a liderar chapa majoritária.
O nome do ex-prefeito surge numa seara de busca no campo oposicionista por um mentor capaz de agregar não somente a contestação “aberta” mas também outros líderes e partidos que poderiam desembarcar do que se desenha atualmente, considerando o eventual projeto à reeleição do governador Mauro Mendes (UB).
O grupo político ligado a Mendes dá como certo esse plano (à reeleição). O chefe do Executivo estadual dá sinais nesse sentido, porém ainda não “oficializou” o projeto.
O plano do bloco oposicionista, há algum tempo, busca vias que passaram pelo nome do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e nesse viés, também o senador Wellington Fagundes (PL-MT) – que declinou da ideia e se alinha ao projeto estadual.
Assim, mesmo que a Federação (PT, PV e PCdoB) considere nomes como o da ex-reitora da UFMT, professora Maria Lúcia à disputa ao Governo, na leitura de catedráticos das nuances da política, o nome de Percival Muniz pode abonar uma reengenharia nas eleições 2022.
Fonte assegura que além dos partidos já vislumbrados naturalmente como oposição, 14 legendas já estariam dispostas a se unir ao projeto “Percival Muniz ao Governo 2022” – sendo obviamente mantido sigilo sobre as tratativas.
A memória
O ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, que vale lembrar foi um ícones do Movimento Mato Grosso Muito Mais – impulsionando o projeto que elegeu Pedro Taques ao Senado em 2010.
O Movimento que uniu à época o PPS, PSB, PDT e PV – e contava com Mauro Mendes no período – assegurou plenos resultados nas eleições municipais de 2012 em Mato Grosso – mas sofreu rupturas no pleito de 2014.
Mudanças no comando de partidos desse grupo e outras estruturas redefinidas já com Pedro Taques na cadeira de governador de Mato Grosso (2015/2018) – perfizeram uma real separação de ideais ou de ideias – levando ainda aliados à condição de “adversários” no atual linear dos projetos em plena formação.
Percival e nacional
Indagado sobre disputar o Governo, Muniz respondeu: “qualquer projeto passa pela decisão do partido”.
De fato, o ex-prefeito está em posição que avalia as possibilidades. Sim, pode ser ou não candidato ao comando do Estado, mas uma construção paralela e ainda discutida em reuniões sigilosas – o coloca no “Plano Lula à presidência da República”.
Conversas formais e informais alimentam um possível projeto que poderia, em tese, reconfigurar pontos importantes da base de composição no projeto Mauro Mendes ao Governo - em relação aos aliados postos até agora - e a conjuntura do projeto Senado é o ponto em questão.
Percival Muniz está filiado ao MDB – que no campo nacional tem a senadora Simone Tebet como pré-candidata à presidência da República. Em tempo, Muniz leva no coração a bandeira “Lula Presidente” - e manterá essa causa.
O nó do Senado
Em Mato Grosso o projeto Wellington Fagundes (PL) na busca à reeleição – contando com as bençãos do presidente da República, Jair Bolsonaro, que declarou com costuras de Fagundes apoio à reeleição do governador Mauro Mendes (UB), colocou o chefe do Executivo estadual numa situação de saia-justa em relação ao projeto deputado federal Neri Geller (PP) ao Senado.
Mendes ainda não se posicionou, mas aliados que somam com Fagundes apostam nessa carta. E o que se tem vislumbrado é um desconforto entre líderes do grupo que até então declarou apoio ao governador, caso do PP – que tem como seu maior líder o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ex-governador e ex-senador, Blairo Maggi.
Fontes garantem que está em execução um plano “B” para alavancar também no agro as forças “Lula Presidente” – leia-se, líder de pesquisas.
No Estado, o MDB de Carlos Bezerra que declarou aval ao nome de Geller ao Senado, poderá se tornar um “fiel da balança”.
Muniz e Lula
O projeto Percival Muniz ao Governo – se alicerçado - terá pelo ex-prefeito a campanha Lula Presidente – nem que para isso tenha que se opor ao plano MDB nacional: “nem que seja só com meu voto”, cravou em relação ao palanque à candidatura do ex-presidente em Mato Grosso.
E como Muniz é líder nato, não irá se curvar às decisões mesmo que no âmbito de seu partido, o MDB que assim como o PSDB estão polarizados em vários estados em palanques de Lula e Bolsonaro – em discordâncias sobre à pré-candidatura de Tebet.
Forte discurso
Para Percival Muniz, não falta “munição de discurso”. A crítica à gestão estadual ainda não foi aberta, mas poderá ser categórica. “Terra arrasada na economia do Estado, só o agro e outros (população) asfixiados”, ponderou mesmo “comedido”.
Na entrevista ao FocoCidade, Muniz preferiu não sinalizar – mesmo que os sinais estejam claros sobre a eventual construção de seu nome como adversário de Mauro Mendes: “a convenção irá decidir. Tem chance como também tem chance zero”, disse.
Mendes perfaz um Governo de entregas e fortes investimentos nos municípios. Pegou um Estado quebrado, com quase R$ 4 bilhões de déficit e hoje pontua muito fôlego nos cofres de Mato Grosso, na cifra de bilhões – algo em torno de R$ 5 bilhões segundo o deputado estadual Wilson Santos (PSD).
A falta de um nome forte para contrapor Mendes no “eventual” projeto à reeleição, é observado como um cenário praticamente inédito na história de disputas ao Governo de Mato Grosso. Isso porque prevê o Regime Democrático uma exposição abrangente de propostas de candidatos para o linear da opção de escolha entre eleitores.
Mendes segue as ações de Estado navegando em ondas calmas e favoráveis à reeleição sem opositores de grande magnitude – até agora – por isso o nome de Percival Muniz se consolidado, poderá representar um novo e robusto projeto.
Nesta semana, rodadas de articulações delineadas extraoficialmente poderão afunilar o projeto Muniz na corrida à chefia de Mato Grosso nas eleições 2022.
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