• Cuiabá, 09 de Setembro - 2025 00:00:00

Viver.. o controle é de Deus


Paulo Lemos

Quando alguém chega ao seu fundo de poço, no momento mais crítico da sua vida, depois de uma sucessão de eventos ou de uma que seja, traumática, por inabilidade e sentimento de impotência para lidar e solucionar, fica desesperançoso, desesperado, sem perspectivas de mudança e superação, muita dor, sofrimento.

Neste instante é preciso ter fontes de força para se sustentar em pé ou deitado, de joelhos somente se for para orar, que possam evitar o mal maior, a memória de seus pais, filhos, enfim, família e amigos.

Pessoas que amam-te puramente, espontaneamente e verdadeiro.

O amor por eles e o amor deles por ti podem preencher, inicialmente, a completa falta de amor-próprio naquele instante.

Se viveu e sobreviveu, aquele momento de isolamento e depressão grave e profunda, pela primeira vez, com pensamentos suicidas, quase efetivados ou não, foi por isso e pela ação de um Deus amoroso e cuidadoso, que lhe devolve à sanidade, sobriedade, alegria de viver e inspirado a melhorar cada dia, mesmo cometendo deslizes.

Tem-se muito, mais muito, para evoluir, ressentimentos para perdoar, reservas para colocar princípios acima de personalidades, reconhecer o real tamanho de cada um, ser mais humilde, esvaziar-se para o espírito entrar.

Essa direção é possível. Dói muito fazer renúncias e movimentos contrários, porém é a única forma de crescer.

O sofrimento, aprende-se na prática, é opcional, fruto de inércia ou complacência com um processo, uma caminhada de recuperação, reforma íntima, desconstrução e reconstrução do ego, sem personagens, sem rei bebê, com acolhimento da criança assustada nos recônditos do inconsciente ou subconsciente, como preferir.

O desafio primeiro e derradeiro, de qualquer um de nós, é desconstruir o egocentrismo, principal sintoma da vulnerabilidade espiritual, que nos leva a preencher o vazio, à carência, com autoengano, autopiedade, dependência, codependência, racionalizações, prepotência, arrogância, obsessões e compulsões.

Tudo, para inverter a fórmula, ao buscar fora, em coisas e pessoas, esse alívio, essa paz de espírito, quando em verdade é de dentro para fora que o sol irradia, na hipótese concreta do ser humano, com autoconhecimento e ajuda-mútua.

Particularmente, tenho procurado burilar e sedimentar valores como honestidade, mente-aberta e boa-vontade, aceitação, amor e fé, serenidade, coragem e sabedoria.

Viver o hoje, nem o ontem, tampouco o amanhã. Nunca chegarei a 100%.

Caso alcance um índice superior a 50%, estarei mais do que satisfeito.

Resumindo, compreendi que no final quem direciona é Deus, não nós. Ele que faz por nós o que não conseguimos fazer.

Temos de largar o controle e permitir sermos conduzidos, mediante pedido de ajuda, para começo de história, ao revés de querer resolver tudo sozinho, como se fossemos autossuficientes.

Somos uma família, não alguém solitário, a humanidade.

Quem precisar partilhar, conversar, pedir retorno ou simplesmente desabafar, pode me ligar qualquer hora, qualquer dia da semana.

Só dando que recebemos, como dizia Francisco, amando somos amados.

 

Paulo Lemos é advogado - e uma das principais referências de atuação na defesa dos Direitos Humanos.




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