Alfredo da Mota Menezes
Algum tempo atrás apareceram notícias sobre possibilidades de novas atividades econômicas na Baixada Cuiabana. Os municípios ao redor de Cuiabá, uma das regiões mais pobres do estado, diziam as informações, teriam muitos empregos nessa falada mudança econômica.
Falou-se, como exemplo, que se estava experimentando a criação de aves em Acorizal. Que a região é muito quente e que estavam fazendo experiências e os aviários teriam um tipo de climatização com borrifos de água para amenizar o calor. Que isso não influenciaria no custo final de produção.
Cadê os resultados dessas conversas de antes? Está claro que não foi em frente porque, se fosse, teriam informações de vendas em grande escala de aves partindo daquele município.
Apareceu, no mesmo período, informação de que a região de Rosário Oeste poderia criar suínos, industrializar sua carne para vender no estado ou até fora. Que naquele pedaço do estado teria chance de se plantar milho que ajudaria na alimentação dos suínos. Cadê o resultado dessa suposta atividade econômica?
Falava-se ainda que havia grupo empresarial do campo fazendo pesquisa do solo da Baixada Cuiabana e que se estava chegando à conclusão de que, com adubagem correta, se poderia plantar em muitos lugares desta região.
Até apareceu informação de que fábrica de tecidos poderia vir para Cuiabá para industrializar suposto plantio de algodão na área. Falou-se na vinda da Vicunha. Cadê tudo isso?
Que aqui se poderia plantar frutas e que a irrigação seria com a água do lago de Manso. Até emendas parlamentares “apareceram” para ajudar a crescer os comentários sobre o assunto.
Uma das preocupações, no converseiro daquele momento, era que a Baixada está muito perto de rios e córregos que correm para o Pantanal. A grande preocupação seria com o fator meio ambiente.
Mas alguns arguiam que talvez aqui se pudesse fazer o que se fez no Mato Grosso do Sul que também teria muita terra não explorada por questão ambiental. Que lá havia reunido gentes do governo, de Ongs que defendem o meio ambiente, Universidades e Ministério Público para definir onde se poderia plantar. Que, depois de muito debate, delimitaram áreas para plantio e que não levaria a nenhum impacto no meio ambiente.
Que isso até facilitaria os empréstimos para futuros plantios. Que o Banco já saberia antecipadamente se naquela área que solicitava empréstimo podia ou não plantar. Aqui não se fez nenhum estudo nesse sentido.
As notícias sobre agricultura ou criação de animais na Baixada Cuiabana sumiram ou tudo aquilo era apenas informações desencontradas de um determinado momento.
Uma pena, pois esta região necessitava e necessita encontrar meios para gerar emprego e renda. Com exceção de Cuiabá e Várzea Grande, os municípios da Baixada Cuiabana tem o pior IDH regional do estado.
É tempo de se tentar encontrar alternativas econômicas que possa melhorar a qualidade de vida dos habitantes desta região. E é tempo também desses municípios se fazerem ouvir. Estão calados por mais de um século.
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
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