Da Redação
Secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, deverá apresentar o plano de ação do Governo na Assembleia Legislativa, em relação às principais medidas no contexto do avanço da covid-19 em Mato Grosso - incluindo o mapa de vacinação.
A AL aprovou a convocação de Figueiredo na na quarta-feira (17) - conforme requerimento apresentado pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT). Assim, "o secretário deve prestar os esclarecimentos ainda no mês de março, em data que será definida pela Mesa Diretora", pontuou o Poder Legislativo.
“O sistema de saúde em Mato Grosso está em colapso há 20 dias, e há fila de espera por leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O número de óbitos aumentou 125% em março, passando de uma média móvel de 24 óbitos por dia em janeiro e fevereiro, para 55 óbitos por dia ontem. Muitas famílias estão sofrendo com a perda dos seus familiares. A dor e a morte chegaram também ao plenário da Assembleia Legislativa. O deputado Sílvio Fávero é um exemplo dessa situação dramática. E o que vemos aqui na Assembleia é apenas a ponta do iceberg”, disse.
Lúdio, que é médico sanitarista, observou que "Mato Grosso e o Brasil vivem o pior momento da pandemia, com o caos no sistema de saúde causado principalmente pela variante amazônica do vírus, que é mais contagiosa, mais letal, produz quadros clínicos mais graves e pode reinfectar quem já teve covid". Ele acentuou que, "com a vacinação a passos muito lentos, com apenas 1,5% da população mato-grossense tendo recebido a segunda dose, há risco de surgirem novas variantes genéticas do coronavírus".
“É importante o esforço de ampliar o sistema de saúde, mas é muito difícil fazer isso com rapidez, principalmente pela exaustão dos profissionais de saúde. Neste momento, não temos outro recurso para frear a pandemia além da quarentena. Uma quarentena feita de forma correta não cria os transtornos do toque de recolher. Na quarentena, o direito de ir e vir é preservado, mas as atividades não essenciais são fechadas e os serviços essenciais podem funcionar sem restrição de horário, evitando aglomerações. E essa medida precisa ser acompanhada de proteção econômica às pessoas e aos setores mais vulneráveis”, explicou Lúdio.
Requerimento de quarentena
O deputado Lúdio Cabral apresentou também um requerimento para que a Assembleia Legislativa cobre do governador a decretação de quarentena em todo o território de Mato Grosso, com adoção do nível de risco muito alto, conforme previsto no Decreto 522, publicado pelo governador em junho de 2020. Esse requerimento ainda não foi votado em plenário.
Ele voltou a recomendar "a revisão do conceito de Taxa de Crescimento da Contaminação, para que passe a ser calculada a relação entre a média móvel de 14 dias do número de casos novos notificados no dia da divulgação do boletim epidemiológico e a mesma média móvel de 14 dias antes, de forma a retratar de maneira mais correta a situação da pandemia". “O governo melhorou o parâmetro e, com isso, aumentou o número de municípios no nível de risco muito alto, mas não adotou o cálculo correto ainda”, disse.
Lúdio Cabral ressalta que "já havia recomendado essas medidas em ofícios ao governador no dia 21 de janeiro e novamente em 26 de fevereiro". No requerimento, Lúdio disse que "o toque de recolher em vigor há duas semanas não produziu efeito na curva epidêmica. Por isso, ele continua defendendo uma quarentena que restrinja todas as atividades não essenciais no território de Mato Grosso".
“Os novos decretos do governador são conflitantes e contraditórios entre si, pois não esclarecem se vamos seguir a quarentena prevista no decreto 522 ou o toque de recolher, que foi prorrogado. O governo continua batendo cabeça com mudanças de decretos e não enxerga o que tem que ser feito. O toque de recolher não é suficiente para conter o contágio, como podemos observar hoje, 17 dias depois dessa medida entrar em vigor. Não houve descida na curva epidêmica nem no número de óbitos. A pandemia continua descontrolada”, afirmou Lúdio - voz da oposição no Poder.
Com Assessoria
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