Sonia Fiori - Da Editoria
Coronavírus: o que esperar do Brasil de hoje e de amanhã, reflexos na economia e política. Essa foi a pergunta do FocoCidade aos principais analistas políticos de Mato Grosso, Lourembergue Alves, João Edison, Onofre Ribeiro e Alfredo da Mota Menezes.
Em cada interpretação – uma linha de observação peculiar sobre a seara de transformação – e que deverá “reprogramar” a estrutura e ordem social, econômica e política mundial em severo impacto.
Confira na íntegra as leituras – em tom de alerta às autoridades, gestores e políticos acerca da necessidade de alinhamento no âmbito de decisões que podem significar o especial diferencial em um dos períodos mais cruciais da história da humanidade.
Alfredo da Mota Menezes
Salvar vidas é o foco principal nesse momento em Cuiabá, Mato Grosso, no Brasil, no mundo, isso não se discute. Se é quarentena, se é isso, se é aquilo, isso é um fato, é real e que tem que ser levado muito em consideração.
Poderia ficar falando mais sobre isso e tudo mais, mas eu vou caminhar pelo viés econômico, lembrando, reforçando de que a vida em primeiro lugar. A saúde em primeiro lugar. Mas não ficar muita coisa, vamos ficar no lado econômico.
Mato Grosso teve um superávit orçamentário de R$ 870 milhões em 2019, coisa que não acontecia fazia anos e isso que poderia começar investimento, pagar o tal do RGA, etc. com o que vem pela frente, o comércio com problemas e nós sabemos os detalhes, não precisa entrar nos detalhes, consumo menor de combustível, quase, cerca de 20% do ICMS do Estado vem da cobrança do ICMS do combustível, ou seja, vai atingir a economia outra vez.
Mato Grosso teria uma saída se Brasília pagasse aquilo que deve ao Estado, o FEX (Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações), de 2018 no Governo Temer e 2019 do Bolsonaro. Se pagasse dá R$ 1 bilhão, 25% iria para os municípios, R$ 250 milhões para os municípios e R$ 750 milhões para os cofres estaduais. Dava para passar essa ‘burrasca’ (tormenta). Brasília vai pagar? Ninguém sabe.
Eu vejo que o Bolsonaro ele está de olho no momento, e de olho na história.
Então o Estado vai ter problemas sem dúvida nenhuma. Tava dizendo aí o Mauro Mendes que ele deve ter uma queda de arrecadação nos próximos meses entre 20% e 30%.
No plano nacional todos nós sabemos que isso também vai acontecer. O Governo está tentando essa ou aquela medida, mas veja só, o ano passado o crescimento foi 1,1%. Este ano se esperava que fosse 2,8% e foi baixando e agora se fala que é 0,02% ou já tem bancos dizendo que pode ter até queda de 0,8% ou 0,9% do PIB neste ano. Dois anos praticamente de não crescimento.
Sonia, eu queria chegar nesse ponto. Eu vejo que o Bolsonaro ele está de olho no momento, e de olho na história. Ele estudou na Academia Militar, estou fazendo ilações para chegar onde eu quero (risos), é que no Brasil tem uma tradição esquisita, estranha, de que se o Governo vai bem na economia, pode falar e fazer o que quiser. Se o Governo vai mal na economia, cresce o mau humor nacional e a classe política historicamente aproveita disso para fazer algumas anomalias institucionais e políticas.
Getúlio Vargas ficou no poder de 1930 a 45, naquele momento a economia estava muito boa, início da industrialização, urbanização rápida e tudo mais, ele ficou lá o tempo que quis, fez o que quis, ditadura, Estado novo e tudo mais. Getúlio volta em 50, assume em 51 e a economia estava com problemas, e não vou entrar em números. Aí o que aconteceu? Iam tirá-lo do Governo, ele não quis sair e deu um tiro no peito.
Juscelino Kubitschek, um momento bom, de euforia, crescimento, etc. e tal mas deixou muita dívida externa e inflação crescendo. Chegou o Jânio Quadros, não aguentou sete meses e pulou fora.
Veio o João Goulart, inflação lá em cima, dívida externa, problema e tudo mais e sabemos o que aconteceu na história, além disso tem clara guerra fria entre os militares. Daqui a pouco, no Governo Ernesto Geisel, a crise do petróleo que atingiu incrivelmente o Brasil, já começou o problema.
Seu sucessor, Figueiredo, nós tivemos três anos de recessão, a inflação chegou a 200%, como eu brinco: ‘será que o Tancredo Neves ganharia num colégio eleitoral montado para eleger alguém do Regime Militar, ganharia se a economia tivesse bem? Não. Ganhou porque a economia estava ruim, entrou lá o Tancredo. O Sarney entrou a economia estava ruim, acredito que ele não saiu mas nós tiramos, ele tinha seis anos e tiramos um ano dele. E não tirou porque também era mudança de momento, o regime militar, ficaria meio estranho. Estou falando rápido, poderia ficar mais tempo (no assunto).
Fernando Collor chegou, disse que iria resolver a hiperinflação e o que aconteceu? Por causa de um Fiat Elba que foi a alegação que nós tiramos o Collor? Não, porque a economia estava ruim. Por causa de uma tal pedalada fiscal nós tiramos a Dilma, o Brasil tirou a Dilma? Não, por causa da economia que estava em pandareco. Volto ao Bolsonaro. Ele está dizendo vamos trabalhar, vamos fazer isso e etc. e tal, porque se a economia for ruim e dizem que pode aumentar de 4 a 5 milhões de desempregados além dos 12 milhões que já temos, pode chegar no fim do ano com alguma complicação maior do que ele está de olho na história e com receio disso.
Não estou dizendo ou agourando que vai haver o impeachment, ou isso ou aquilo? Não, em absoluto. Estou apenas contando uma história e tenho certeza que o Bolsonaro tem essa visão. Se a economia continuar ruim, desemprego aumentando, as coisas que estão acontecendo ao redor dele, sem apoio político, sem apoio de governadores, sem apoio do Congresso, sem apoio da mídia, sei lá...
João Edison
Soninha, eu tenho olhado muito principalmente o que tem acontecido na Europa, até porque a parte do Oriente, Oriente Médio não é muito referência para a gente, mas a Europa sim, primeiro pela nossa descendência, pelo processo cultural de aproximação, é um momento onde tudo está entregue a um fator.
Qual o grande problema do coronavírus, não é a taxa de mortalidade, é a taxa de ocupação do sistema de saúde, há um grande grau de fragilidade. E se nós olharmos de forma vertical, nós vamos verificar que o número de mortos entre as classes mais abastadas, elas se assemelham às classes com menor condição financeira. Então ela causa um impacto emocional muito mais forte porque ela atinge artistas, atinge políticos, grandes empresários, grandes fatores. Então assim, não é o Ebola, o Ebola deu na pobreza, deu na África e atingia pessoas que não tinha higiene, não tinha boa casa, não tinha condições.
Qual o grande problema do coronavírus, não é a taxa de mortalidade, é a taxa de ocupação do sistema de saúde, há um grande grau de fragilidade.
Esse é um vírus, eu não diria nem democrático, é um vírus um tanto quando elitista, esse vírus ele vai mexendo com o fator emocional daqueles que dirigem os países, as grandes empresas, emprega pessoas... Não é uma doença do empregado, é uma doença do empregador que atinge o empregado, até porque o empregado não viajava. Quem viajava era o empregador. Esses fatores têm mexido muito com o fator emocional das pessoas, tem dado um impacto muito grande.
Significa, se você lembrar, eu tenho falado já há algum tempo que o mundo que nós vivíamos, aquele dos anos 80, 90, 70, esse ano morreu. Ali por volta de 99, 2003, 2004 nasceu um novo mundo, mas não nasceram nova pessoas com comportamentos novos para dirigirem. Até nasceram novas pessoas, mas não estão dirigindo ainda.
Esse vírus vem estabelecer um marco de comportamento do ponto de vista ético, do ponto de vista moral e essencialmente do ponto de vista político. Que mundo é esse? Se a gente soubesse, mas a gente não sabe. Nós somos como os senhores da mudança, estamos num processo de transformação, de um mundo para o outro, com outro comportamento, com novas relações, com novos contratos de trabalho, contratos sociais, relação de fronteiras, tem um conjunto de coisas que precisam mudar muito a partir disso.
Quando tempo leva para mudar? Se a gente pegar a saída da Idade Antiga para a Idade Média, da Média para a Idade Moderna, da Moderna para a Contemporânea, o tempo médio é em torno de 50 anos. Então possivelmente nós que estamos conversando nesse momento, vamos continuar sendo agentes dessa mudança mas nós não vamos viver na relação de um novo mundo, mas dentro de um processo de transformação.
Então do ponto de vista estrutural, vai mexer com todas as estruturas, com a estrutura do país, com a estrutura mundial, mas também com as micro estruturas. Vai mexer com o indivíduo, com o ser, com a forma de você pensar o mundo. As verdades prontas e acabadas foram todas por terra, não importa o poder que você tem para dizer para o outro: ‘faça porque sou eu que estou mandado’, quem está mandando nesse momento é o vírus, não é?
A gente vive um momento histórico da humanidade, de uma complexidade que nem uma guerra trouxe, e a gente vive um conjunto de aprendizado. Nós saímos de um patamar que era de muita corrupção, de muito roubo, de muita coisa, para um outro patamar, que talvez não tenha tanta corrupção, tanto roubo, não tenha tanta coisa, mas existe aí uma enxurrada de ignorância, não é? De desrespeito, de falta de valores, de falta de série de coisas, como será?
A gente não sabe, então é um momento interessante. Acho que o mais importante nesse momento é viver a história do que tentar interpretar a história. A gente precisa saber cada passo, porque cada dia é um dia.
Onofre Ribeiro
Talvez essa pergunta, o que esperar do Brasil e de amanhã, reflexos na economia e política, talvez seja a grande equação que a gente vai ter a partir do coronavírus. Muita coisa vai mudar e talvez mude o essencial, tanto da política quanto da economia.
Nunca houve na história humana um fenômeno de ponta a ponta ao mundo, que criasse a mesma onda de expectativa, de temor, de angústia, por uma coisa que de certo modo é invisível mas fora de controle.
Então o que vejo que vai mudar: o mundo deu uma parada, o famoso freio de arrumação. Os Estados Unidos pararam, a Europa está parada, a China parou e agora que está recuperando lentamente, o Japão deu uma freada muito grande e está no mesmo campo que Estados Unidos e Europa. O Brasil parou, América do Sul parou, e isso leva um tempo para recomeçar e quando recomeça, recomeça diferente.
Eu comecei dizendo que nunca houve um episódio desse tamanho e esse episódio destruiu o mundo velho e está o mundo, para o mundo novo.
Então o que vai acontecer na política, vamos pegar pelo Brasil. Nós estamos vendo que o presidente Jair Bolsonaro, exercendo o Governo, bem ou mal, ele está tendo uma oposição fortíssima no Congresso, no Supremo, na mídia, mas não da sociedade. Então, quem conduz a política que são esses que eu citei, estão contra o presidente por quê? Porque transformara o vírus em política, e isso é um crime contra a humanidade, um crime contra a sociedade brasileira, um crime absurdo.
Nos estados, os prefeitos, os governadores e o presidente não falam a mesma linguagem. Essa semana os governadores ficaram contra o presidente nesse episódio de fecha ou não fecha, salva ou não salva a economia, que setores funcionarão, que setores não funcionarão.
O campo político está minado e desse campo mostrou o seguinte: que numa crise, essa Sonia é a minha conclusão, no meio a uma crise como essa o mundo político se mostrou incapaz de compreender o tamanho da crise e não só isso, mostrou-se ambicioso com seus interesses e dane-se a sociedade. O mundo político não serve mais para um país que vai sair dessa crise. Esse é um ponto fundamental, seja vereador, seja prefeito, seja governadores, sejam deputados federais, sejam senadores, sejam da estrutura de Governo.
Do ponto de vista econômico: vão flexibilizar as leis do trabalho, o tipo de trabalho que vem aí vai ser feito por outras bases, muita máquina, o contrato de trabalho será flexibilizado, as pessoas aprenderão a trabalhar em casa, depois dessa passagem que teve do home office por conta do isolamento. O home office foi interessante, funcionou, então todo o sistema econômico será repensado, sistema financeiro, bancário, o mundo novo surge, completamente novo na política, na economia. Os bancos vão ter que se rever, o sistema industrial vai ter que admitir cada vez mais o uso de inteligência artificial, de robótica, enfim o mundo deu uma freada de arrumação muito turbulenta, muito rápida, bagunçou tudo e agora vem um período de reconstrução.
Eu comecei dizendo que nunca houve um episódio desse tamanho e esse episódio destruiu o mundo velho e está o mundo, para o mundo novo.
Lourembergue Alves
Vive-se hoje uma situação bastante complicada. Complicada e preocupante. Preocupa bastante a cada publicação de infectados e de mortes pelo coronavírus. As previsões técnicas e científicas não são animadoras, mesmo diante da torcida e das orações. E não é para menos, pois, em menos de três meses, mais de meio milhão de pessoas foram infectadas. Quantidade que o HIV precisou de onze anos para alcançá-la.
Registros necessários, até para aquilatar os rastros deixados pelo coronavírus, o qual em nada se parece com o HIV, nem mesmo na forma de contágio. Ele se prolifera com muito mais rapidez, e não é “uma gripezinha ou resfriadinho”. Daí a importância do chamado isolamento, do evitar a aglomeração, com o fim de quebrar o processo de propagação do vírus. Medida acertada por todos os governos, embora, por aqui, o presidente da República tenha dito, em cadeia nacional: “as autoridades estaduais devem abandonar a proibição dos transportes, fechamento do comércio e o confinamento em massa... Se o grupo de risco é o de pessoas com mais de 60 anos, então por que fechar escolas?” Fala muitíssimo infeliz, e contrária ao apregoado pelo seu ministro da saúde, bem como na contramão do que advogam os governantes europeus, asiáticos, e estadunidense que, até outro dia, também discordava do isolamento social. Mudança de atitude em razão do número de infectados nos Estados Unidos.
As vidas das pessoas não podem ser empurradas de um lado e de outro, como a uma gangorra. Tal gangorra de egos desativa o Estado, deixa a deriva os negócios públicos.
Ainda que o isolamento social venha a atingir a economia, e a atinge como um soco certeiro no queixo do boxeador que, sem perceber, vê-se estirado no tablado do ringue, sem forças para continuar na luta. A economia desequilibrada, porém, com o tempo e plano de ações, pode retornar aos trilhos; ao passo que as vidas ceifadas pelo vírus, jamais serão recuperadas, o que provocam dor e lágrimas de amigos e familiares.
E nisso que se valem os governadores dos Estados brasileiros, muitos dos quais consideraram irresponsável a fala do presidente, e entre estes, aliás, o de Goiás, também médico e um dos grandes aliados do presidente. As críticas dos governadores se somaram a de congressistas, bem como ao do vice-presidente que, incapaz de se conter, viu-se traído pelos próprios gestos de reprovação a atitude do titular.
Ao contrário do ministro da Saúde que nada dissera, e soube disfarçar tão bem o seu descontentamento, embora se tenha notícia de que chegou, em uma reunião palaciana, a dizer: “não estamos preparados para ver caminhões do Exército carregados de corpos”.
Estabeleceu-se, então, um clima de desconforto. Desconforto que não se resultou em demissão, ao menos por agora. Mas é clara, e cada vez mais nítida o porquê da fala presidencial contra o isolamento social adotado nos Estados, e foi, por conta da tal medida adotada, que os governadores tiveram um índice percentual altamente satisfatória em recente pesquisa de opinião pública. Aprovação da opinião pública que deixou desgostoso o presidente, mesmo diante da aceitação conquistada por seu ministro da saúde. Situação que isolou bem mais o chefe do Executivo federal, já em flagrante desarticulação política.
Enfraquecido sobremaneira no Congresso Nacional, ainda que tenha, e tem mesmo poder de fogo, pois conta com uma moeda de troca valiosíssima, cargos no governo e a chave do cofre para liberar ou não as emendas de bancada e individual. O presidente, assim como todos os que o antecederam, usou desta moeda. Basta que se dê uma olhada no processo de aprovação da Reforma da Previdência Social (até outro dia, parlamentares estavam cobrando o pagamento das emendas), assim como a distribuição de cargos no segundo e terceiro escalão. No primeiro também. Ou alguém, de sã consciência, por exemplo, acha que a ministra da Agricultura foi uma escolha pessoal do presidente? A resposta, todos sabem qual é. Mesmo que haja todo um trabalho de esconde-esconde. ~
Por outro lado, cabe lembrar de que a fala do presidente dificultou o seu diálogo com os chefes dos governos estaduais, embora – diga-se – seja muito bom o entrosamento do ministro da saúde com os governadores, via secretários de saúde. Ainda que se tenha, aqui e ali, alguma iniciativa para afrouxar a restrição nas unidades da federação, o que criou, de certa forma, um clima de confronto internamente. Este, por exemplo, foi o caso de Mato Grosso. O governador recebeu em seu gabinete os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande. Conversaram longamente, e prometeram trabalhar em conjunto contra o vírus. Em seguida, o governador baixou um novo decreto, e este decreto deixou descontente o prefeito cuiabano, que, em nota, afirmou que o comércio da Capital continuaria fechado (exceção das farmácias, hospitais e postos de saúde, postos de combustíveis e supermercados). Neste particular, cabe realçar, o prefeito tem razão, pois não é, jamais fora jurisdição do governo estadual baixar normas ao comércio municipal.
Contudo, também é preciso dizer que esta briga entre o prefeito e o governador nada contribui com a cidade, nem com os munícipes. Briga de rua nada tem a ver com discussão, e é esta a imprescindível, a despeito dos interesses individuais e particulares. As vidas das pessoas não podem ser empurradas de um lado e de outro, como a uma gangorra. Tal gangorra de egos desativa o Estado, deixa a deriva os negócios públicos.
Isto fica bem pior especialmente no momento vivido, com o coronavírus se espalhando a passos rápidos. A todo instante, novos dados, novos números de infectados e de mortes.
Neste ambiente congestionado e preocupante, seria necessário resgatar a essência da população, a sua humanidade, ainda que venha a ter, e terá mesmo o enfraquecimento da economia. Isto já acontece no mundo todo. Ou alguém acha que a situação financeira da Alemanha, França, Espanha, Portugal e da Itália nada sofreu? No Brasil não é, nem será diferente. Lembre-se que o país é extremamente dependente do mercado internacional, e a economia internacional enfraqueceu, encolheu-se toda. O que requer, mais do que nunca, planejamento e planos dos governos. Tanto estaduais, municipais, quanto federal.
A improvisação não funciona em tempo de pandemia. Ainda que se possa acreditar que diante das crises sempre surge um cenário alvissareiro. Outro dia, em vídeo, um professor lembrou: “depois da peste negra, veio o renascimento”. Não é bem assim. O renascimento já ocorria bem antes da Baixa Idade Média, cenário da peste negra, com o crescimento das cidades e das artes. Mas, independentemente disto, no país, bem como em outros, a política e a economia se encontram abaladas. O que se esperar nestes casos? Questão aparentemente fácil, mas é altamente difícil, pois exige que o racional prevaleça, associada à solidariedade e ao valor da vida.
A população tem um papel extraordinário na luta contra o inimigo comum, quebrando-lhe a corrente de propagação. E, neste combate conjunto, governo federal, estaduais e municipais, possa restabelecer o campo humano, e é neste, sem dúvida, que se dá a política, como mediadora dos desejos conflitantes. É isto.
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