Marina Barbosa - CONGRESSO EM FOCO
A bancada do PSL vai ficar menor no Senado. É que a senadora Juíza Selma (MT) decidiu trocar o partido do presidente Jair Bolsonaro pelo Podemos. A decisão foi tomada depois que a parlamentar foi pressionada por Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) a retirar a assinatura da CPI da Lava Toga. Ao explicar a mudança aos eleitores, a senadora explicou que preferia ficar em uma sigla que lhe desse liberdade para atuar no combate à corrupção e concluiu: "o PSL é só um partido".
"Sai do PSL por causa do desentendimento com o senador Flávio Bolsonaro. Não foi apenas pelo fato de ele querer que eu retirasse a assinatura. Foi pela forma indelicada e desrespeitosa com que ele me tratou. Então, gostaria de deixar para vocês uma mensagem, no sentido de que o PSL é só um partido. Temos outros partidos que podem seguir a mesma linha", afirma a senadora em um vídeo publicado nessa terça-feira (17) em suas redes sociais.
Ela ainda explicou que não costuma usar a internet para fazer declarações como esta, mas achou melhor explicar a seus eleitores o motivo da saída do PSL, que será oficializada nesta quarta-feira (18) com a filiação ao Podemos. "Mudar de partido não é traição. Não é trair Jair Bolsonaro. No governo temos o DEM que ocupa vários ministérios, por exemplo. Não é o fato de sair do PSL que me distancia das pautas e das metas do presidente", garantiu a senadora.
Conhecida como 'Moro de saias' pela atuação na Justiça do Mato Grosso, a Juíza Selma ainda garantiu que não vai abandonar a luta contra a corrupção. O líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR), garante até que esta tem sido a principal pauta do partido, que já desponta como a segunda maior bancada do Senado e está negociando com outros senadores para tirar o título de maior bancada do MDB. Por conta disso, a Juíza Selma disse ter "afinidade extrema" com a nova sigla.
"É um número grande de senadores que estão aqui com boa intenção e a mesma intenção que eu de fazer um Brasil melhor. É um partido organizado que me dá a liberdade de exprimir essas coisas. E, eu estando em um partido que não me dá esta liberdade, eu não tenho como agir e cumprir todas as metas que preciso cumprir com vocês", afirmou a Juíza Selma.
Agora blindada pela posição independente do Podemos, que não quer se colocar nem na oposição nem na situação, a senadora ainda aproveitou para revelar os pontos em que discorda do governo Bolsonaro. "Eu tenho uma formação. E, em relação a um ponto de vista que ele tem, minha formação não me deixa concordar. Isso é normal. Não significa que estou indo para a oposição a Jair Bolsonaro", afirmou a senadora, lembrando que "nem na família a gente consegue ter todos os membros concordando com todas as ideias". Ela revelou, então, ser contra alguns pontos da reforma da Previdência, a transferência do Coaf do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia e depois para o Banco Central, e com a possível criação da nova CPMF. Mas garantiu que concorda com "tudo o mais que o presidente está fazendo".
"A mudança não interfere no meu trabalho de fortalecimento da base do governo no Senado. Mantenho meus princípios de magistrada e de pessoa que preza pelo combate à corrupção. O fato de ingressar em um novo partido não me retira desse enredo, ao contrário, ele me traz apenas para um ambiente onde eu possa ser mais acolhida, onde eu me sinta mais independente para construir um Brasil melhor para todos", concluiu a Juíza Selma nas redes sociais.
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