Da Redação - FocoCidade
Deputados devem apresentar uma proposta alternativa ao Governo, contrapondo a proposta de extinção da Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI) prevista no Projeto de Lei Complementar 3/2019 que integra a Reforma Administrativa. O assunto foi debatido em audiência pública, realizada na segunda-feira (21), na Assembleia Legislativa.
Deputado estadual Dr. Leonardo (SD), que presidiu a audiência pública, disse que o assunto precisa ser discutido antes de ser tomada uma decisão. Ele se comprometeu a buscar diálogo com o Poder Executivo com a proposta de não extinguir as empresas.
“Vamos buscar o fortalecimento da MTI, continuar o enxugamento da empresa, incentivando o plano de demissão voluntária já em andamento e cortando cargos comissionados e também buscando parcerias que possam dar lucro”, disse o deputado. Ele ainda estuda a possibilidade de apresentar emendas para retirar as extinções da reforma e deve buscar meio de aumentar o tempo de discussão da proposta.
A Reforma Administrativa prevê extinção/fusão de nove secretarias e seis empresas de Mato Grosso. Enviada pelo Poder Executivo, a proposta está em discussão no Parlamento em regime de urgência.
Empregados da MTI lotaram auditórios da Casa para acompanhar o debate e defender a permanência e fortalecimento da estatal. O Poder Executivo não enviou representante. O presidente do sindicato da categoria (SINDPD-MT), João Figueiredo, fez duras críticas à intenção do governo de extinguir a MTI. Segundo ele, em Mato Grosso não existem empresas capazes de realizar todas as atribuições da MTI.
O analista da estatal Sandro Brandão destacou durante a audiência que a MTI dá suporte aos principais processos do governo, como a arrecadação, a folha de pagamento e o funcionamento das matrículas funcionais. Ele estima que são realizados pela empresa mais de 20 mil atendimentos por ano, incluindo o desenvolvimento de novos softwares.
A presidente do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT), Daniella Bueno, participou do encontro. Ela ressaltou que muitas vezes empresas de fora do estado foram contratadas e não conseguiram entregar um bom serviço, enquanto a MTI atendeu às demandas do Indea mesmo com pagamentos atrasados.
O presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação, Márcio Lira, reforça que empresas privadas cortam serviços por falta de pagamento. “Imagina um cidadão que fica sem atendimento numa secretaria porque ela está sem internet”, ilustrou. Ele defende que a governança e o relacionamento entre a empresa e os clientes governamentais são melhores quando o serviço de TI é prestado por uma estatal. Márcio Lira também destacou que custa caro ao governo demitir os empregados celetistas que hoje trabalham na MTI e que é possível ter estatais rentáveis nesse ramo.
Para o analista administrativo e financeiro da MTI, José Marcos Braga, a situação financeira da empresa sofreu com decisões políticas de governos passados. “Nos últimos quatro anos foram esvaziadas as atribuições da MTI”, avalia Braga. Ele diz que setores foram para outras secretarias. “O que era decisão nossa acabou indo para outras pastas do estado e fez com que esses gestores tomassem decisões erradas pela falta de expertise em TI”, diz. Segundo Braga, isso elevou os gastos com TI em Mato Grosso.
Deputados da próxima legislatura também acompanharam o debate. Para o deputado diplomado Lúdio Cabral (PT), o governador Mauro Mendes (DEM) contraria promessa de campanha com a proposta de extinguir a MTI. “O debate deveria ser para melhoria da política pública de tecnologia da informação”, critica Cabral. Ele defende que os parlamentares eleitos estão em melhor sintonia com o desejo da sociedade e por isso deveriam analisar as propostas que chegaram à ALMT.
Com Assessoria AL
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Governo divulga lista de produtos prioritários do Brasil Soberano
Governador acelera agenda de entregas com destaque à Educação
Audiência pública: AL debate índices de feminicídio no Estado
Operação da PM apreende 41 tabletes de supermaconha em MT
Operação da PF mira rede de pedofilia virtual em Barra do Garças
Forças de Segurança apreendem 300 kg de pasta base de cocaína
PC desarticula esquema milionário de pirâmide financeira
Valor da produção agrícola brasileira recua 3,9% em 2024, mostra IBGE
Síndrome do Impostor Financeiro leva empreendedores a temer números do negócio
TJ manda pagar honorários médicos em parto de alto risco