• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

A divisão de Mato Grosso

         No último dia 12 de outubro, comemorou-se o aniversário de 46 anos da aprovação da Lei Complementar 31/77, que dividiu Mato Grosso e criou o estado de Mato Grosso do Sul. Por aqui não teve sequer a lembrança da data. São águas passadas. Em Mato Grosso do Sul é feriado e tem comemorações.

         Bom lembrar que a separação política e física dos dois estados deu-se a partir do dia 1º. de janeiro de 1979, depois da primeira eleição de 1978, nos dois estados. Em Mato Grosso o governador Cássio Leite de Barros continuou até 15 de março quando deu posse ao governador Frederico Campos.

         Em Mato Grosso do Sul tomou posse em 1º. de janeiro de 1979, o governador Harry Amorim, um paraquedista que caiu na enorme confusão das lideranças políticas de lá e acabou sendo nomeado governador.

         Volto à divisão. A disputa entre as regiões Sul e Norte era antiga. Criou corpo a partir de 1932, quando o Sul se aliou a São Paulo na Revolução de 1932. Chegou até a se separar de Mato Grosso, com o nome de Estado de Maracaju, que durou 30 dias, enquanto São Paulo ainda lutava contra a União. São Paulo foi derrotado.

        Depois de 1932 a separação adquiriu corpo e o Sul manteve o tema acesso até 1977. Ficou a tese de que a pressão sulista promoveu a divisão. Aqui tem um engano político histórico. O fator determinante foi a França em 1971 quando começou a defender de que a Amazônia deveria ser mundial e não só brasileira. O governo militar da época iniciou uma rápida ocupação da Amazônia. Pra isso precisaria abri-la pra entrada de gente de outras regiões do Brasil.

         Daí surgem as rodovias Transamazônica e a Cuiabá Santarém. Esta foi aberta em 3 anos. Imediatamente o governo federal começou a ampliar a infraestrutura das regiões Norte e Sul preparando-as para separação. O que se seguiu depois foi em decorrência desse projeto estratégico de ocupar a Amazônia. Optou-se por começar o projeto a partir de Cuiabá, que ficou conhecida como “Portal da Amazônia”.

         As colonizações como Sinop, Alta Floresta e Canarana,  estavam dentro do projeto de ocupação. A chegada do asfalto até Cuiabá, da energia elétrica e da Universidade Federal completavam a infraestrutura básica inicial.

         A separação foi inevitável. Foi boa pras duas regiões. Pro Norte, muito mais. Mas isso é História. Motivo pra outras conversas...

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br      www.onofreribeiro.com.br



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