A conversa principal sobre politica no estado no momento é saber se Mauro Mendes é candidato ou não ao governo este ano. A maioria aceita que ele será candidato à reeleição. Muitos falam no equilíbrio fiscal e nas obras pelo estado que acaba amarrando diferentes prefeitos à sua candidatura.
Vou caminhar por um motivo de ordem pratica. É sobre a situação financeira atual do estado e a quantidade de dinheiro para investimentos ou 15% do orçamento estadual.
O orçamento de 2021 teve acima de dois bilhões de reais para investir. Neste ano, com orçamento 20% maior que o do ano anterior, se tem algo como três bilhões para investimentos. É de supor que, para 2023, o dinheiro para investir, só do orçamento, possa chegar perto de quatro bilhões de reais. Aqui vem a tentativa de amarração da recandidatura do Mauro.
Será que ele vai deixar a casa arrumada, situação fiscal equilibrada, mais aquela quantia de dinheiro do orçamento para investimentos, para outro nome? Para outro que poderia ser até de oposição ao seu governo? E que, aproveitando aquele recurso, poderia criar nome politico em cima do que ele deixou?
Outro dado que faz parte também do converseiro foi a diminuição do ICMS de energia, combustível, gás. Tiraria o argumento de outras candidaturas sobre a carga tributária no estado.
Mais um argumento na direção de que o Mauro pode se candidatar à reeleição é que o partido dele, União Brasil, que nasceu da fusão do DEM com o PSL, tem o maior tempo no horário eleitoral e também mais recursos dos Fundos Eleitoral e Partidário. E deve ter um monte de candidatos a deputados estaduais e federais que ajudariam na recandidatura ao governo. Os fatos sugerem que o Mauro caminha para ser candidato outra vez neste ano.
Só tem um dado ainda para se definir: a candidatura a presidente e com quem caminhar. União Brasil lança candidato a presidente ou indica a vice de alguém? Ou caminharia para o lado do Lula ou Bolsonaro? Importante decisão, mas eleição para presidente não tem sido regra de definição de eleição em Mato Grosso.
Uma do plano nacional. Bolsonaro disse que a emenda do relator tem quase o triplo de recursos que se tem para investir em infraestrutura. Disse que o parlamento “está muito bem atendidos conosco”. Emenda do relator, também chamada de secreta, beneficia os mais chegados ao governo. Não havia antes a emenda do relator, sim as individuais e de bancadas que, por serem impositivas, acabavam sendo liberadas.
O controle do Congresso se fazia através de esquisitices como o Mensalão. Congressistas amigos recebiam algo como 60 mil reais por mês para “apoiar” o governo. Os fatos sugerem que esse apoio hoje se amarra com a emenda do relator. E é muito dinheiro, praticamente o triplo do que tem o Ministério da Infraestrutura.
O Congresso perdeu faz tempo a sua principal função que é de fiscalizar o Executivo. A maioria dali aceita isso em troca de “presentes” que mudam conforme o momento.
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
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