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Curiosidades e bondades eleitorais

  • Artigo por Alfredo da Mota Menezes
  • 14/07/2022 11:07:13
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                Candidatos a presidente da República, que se elegeram, também venceram em Minas Gerias. Só houve um caso diferente: Getúlio Vargas , em 1950, perdeu em Minas, mas ganhou a eleição do Eduardo Gomes.  Em todos os outros casos essa coisa singular tem acontecido.

                Assim foi com Juscelino Kubistchek, Jânio Quadros, Color de Mello e, mais recentemente, com FHC, Lula e Dilma Rousseff em duas eleições cada. Bolsonaro também venceu em Minas em 2018.

                Fala-se que aquele estado é um resumo do Brasil em demografia, em ricos, pobres, rurais e urbanos, agropecuária, iDH alto, baixo, médio, etnia bem dividida entre brancos, negros e pardos.  Uma síntese da realidade brasileira.

           Nas pesquisas para presidente agora, Lula tem levado vantagem sobre Bolsonaro em Minas. Vai se configurar o que vem acontecendo por décadas sobre eleição presidencial? Ou, desta vez, como ocorreu em 1950, Bolsonaro quebraria a escrita? Perderia em Minas e ganharia a eleição para presidente? Mais uma curiosidade para esta polarizada eleição presidencial.

                Outra curiosidade do momento eleitoral é que todas pesquisas sobre a eleição que se avizinha mostra que Lula tem uma preferência maior entre os brasileiros com renda até dois salários mínimos. Ali está o lugar forte da candidatura Lula. Os fatos sugerem que o governo Bolsonaro comeu mosca sobre esse assunto.

             Sabendo que esse segmento tem uma ligação maior com o ex-presidente o governo deveria ter produzido uma propaganda massiva para tentar reverter isso. Propaganda mesmo, principalmente pela televisão em horário nobre e de longo prazo e não somente às vésperas da eleição. Mostrar o que o governo estava fazendo para os mais pobres.

            Até agora não consegui u colocar na cabeça da maioria das pessoas de baixa renda nem que o Bolso Família foi substituído pelo Auxilio Brasil.

               O governo aumentou repasse para os mais pobres, passando de 192 para 400 reais e mesmo assim, Bolsonaro, até agora, não emplacou entre os que recebem aquele beneficio. Aumentou agora para 600 reais o beneficio do Auxilio Brasil e permitiu a entrada de quase dois milhões de pessoas no programa.

             Será que até a eleição conseguiria mudar o que pensa os de baixa renda sobre o Bolsa Família e o Auxilio Brasil? Faltou antes uma propaganda dirigida para tentar alterar isso.

                Agora uma constatação, não uma curiosidade. Essa eleição está mostrando claramente que o Brasil não está preparado para ter presidente com dois mandatos. O que o governo Bolsonaro está fazendo, com apoio do Congresso, para ajudar na sua reeleição, não está escrito em nenhum gibi.

                Auxilio para caminheiros, taxistas, motoristas de aplicativos. Grupos que, em tese, podem propagar o nome do presidente. A reeleição leva a atos eleitoreiros, como também fez Dilma Rousseff. Quase quebrou o país.

            O presidente que assumir em 2023 vai encontrar uma bomba fiscal. Não estamos preparados para reeleição. O melhor caminho seria acabar com isso e dar um mandato de cinco anos. Senão teremos sempre outros Bolsonaro e Dilma Rousseff explodindo as contas públicas. E quem paga o pato são os mais pobres, supostos beneficiários das bondades eleitorais.

 

Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.

E-mail: pox@terra.com.br   site: www.alfredomenezes.com



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