• Cuiabá, 03 de Julho - 00:00:00

Democracia, único caminho

                Manifestações ocorreram pelo país, incluindo em Cuiabá, a favor da democracia ou contra atos e ações antidemocráticas. Fato que envergonha o país em outros lugares do mundo. Não se pode ser visto como uma republiqueta de banana e voltar a ter esse tipo de preocupação.

                O Brasil sozinho tem mais de 50% do PIB da América do Sul e o décimo do mundo. Tem mais de 200 milhões de habitantes. Um dos maiores produtores de comida do mundo. Cultura diversificada que gera admiração no exterior. Violência, problema ambiental e desigualdade social também fazem parte de nossa imagem externa. Agora acrescentar essa de que pode haver golpe de estado é surreal.

                Essa imagem negativa externa, ou a preocupação do exterior de que poderia haver uma tomada do poder pela direita politica, pode atrapalhar os negócios e até a venda de produtos. Isso afeta renda e emprego internamente.

               Os que defendem atos e acenam com tomada do poder de forma não democrática se dizem nacionalistas. Olhem o estrago que estão fazendo na imagem do Brasil no exterior. Isso atrapalha esse suposto nacionalismo.

                Fala-se muito que a maior parte do agro apoia essa movimentação com receio de que a esquerda chegue ao poder. Que, se isso ocorrer, poderia haver algo estranho à democracia. Por que o agro tem esse receio?

                Já não conviveu com a tal esquerda no poder por mais de 14 anos com Lula e Dilma no governo? Nesse período o que ocorreu de tão feio no lado politico que atrapalhasse o caminho do agronegócio? O que se comenta é que naqueles governos se teve até mais recursos para esse setor.

              MST pode invadir terras dos outros? Quantas terras foram invadidas em Mato Grosso por esse movimento? Se invadirem não se tem o alcance judicial para colocá-los para fora?

                Anda tão esquisito o momento que não estão chamando a pessoa de esquerdista, mas de comunista. Não houve comunismo, na acepção do termo, nem na ex-União Soviética. Aqui, se a tal da esquerda ganhar a eleição, se imagina que os tais comunistas comeriam criancinhas. A situação está caminhando para o ridículo no exterior e também internamente.

                Os que acham que, se perderem a eleição, não entregariam o governo porque foram roubados segue a cartilha do norte americano Donald Trump. Lá nos EUA a maioria do povo, a justiça e o bom senso nem ligaram para a maluquice criada.

                No Brasil os que acreditam numa saída não democrática para manterem o poder teriam internamente o apoio do empresariado e banqueiros, como se teve em 1964? Teriam o apoio dos EUA e Europa como ocorreu naquele golpe militar? Não se sabe nem se a maior parte das forças armadas apoiaria essa maluquice que alguns imaginam.

                O caminho é um só: ganhe quem ganhar a eleição assume o poder. Ganhou Bolsonaro? Que fique mais quatro anos. Ganhou Lula, ou outro nome, que assuma e que se obedeça ao desejo da maioria e ponto final.

 

Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.

E-mail: pox@terra.com.br   site: www.alfredomenezes.com



0 Comentários



    Ainda não há comentários.