O conceito de metaverso apareceu pela primeira vez em 1992 com o escritor norte-americano Neal Stephenson. Em sua obra Snow Crash, ele descreveu uma espécie de espaço virtual coletivo compatível e convergente com a realidade. No final de 2021, o termo saiu das páginas de ficção quando Mark Zuckemberg trouxe para sua apresentação na Conferência Connect.
O metaverso deve estar em todos os setores nos próximos anos, culminando em uma oportunidade de mercado de mais de US$ 1 trilhão em receita anual, de acordo com a JP Morgan. A Meta de Zuckerberg é de que o metaverso seja a maior oportunidade para os negócios modernos desde a criação da internet. Ele traçou planos para gastar mais de US$ 10 bilhões no desenvolvimento de software e hardware de realidade virtual.
Uma pesquisa da Accenture, mostrou que para 71% dos entrevistados, a mudança para o metaverso provavelmente terá um impacto positivo nos negócios, e 42% dizem que será "inovador" ou "transformador". Outra pesquisa, conduzida pela Nokia, apontou que dois terços das empresas B2B ouvidas disseram que estão se educando sobre as possibilidades, enquanto 5% se revelaram como adotantes iniciais, já investindo em tecnologias e expertise do metaverso.
Com novos casos de uso surgindo o tempo todo, e as tecnologias do metaverso evoluindo rapidamente, pode não demorar muito até que os óculos RA (Realidade Aumentada) e RV (Realidade Virtual) sejam tão onipresentes no local de trabalho quanto os notebooks e smartphones são hoje.
Nos últimos dois anos notamos uma grande mudança com as empresas se tornando mais online e o trabalho remoto uma realidade. Essas transformações devem continuar evoluindo, acompanhando as novas tecnologias em direção ao metaverso.
Experiência imersiva de vendas
Com o surgimento do metaverso, as empresas podem explorar oportunidades para construir relacionamentos mais próximos com os clientes e criar experiências de compra mais imersivas, e essas interações aprimoradas podem tornar as vendas mais fáceis do que as formas tradicionais. É como juntar a experiência de uma negociação presencial com a comodidade de uma videochamada.
Ao estabelecer uma presença no espaço digital, as empresas podem alcançar novos mercados e explorar novas fontes de receita. O metaverso também tem o potencial de aumentar a produtividade das vendas. Por exemplo, um vendedor pode realizar várias reuniões com compradores de diferentes partes do mundo em um mesmo dia.
Isso também possibilita a redução de custos, uma organização com clientela global pode usar o metaverso para reduzir seus custos de viagem. Com as reuniões no ambiente virtual, não há necessidade de reservar passagens aéreas ou pagar por quartos de hotel. E não é apenas econômico, mas também ecológico.
Treinamentos e integrações
Outro uso para as tecnologias de metaverso é o treinamento. A Realidade Virtual (RV), em particular, pode unir as pessoas sem as despesas e o tempo de inatividade associados à viagem para um local de treinamento central. Isso coloca a RV como uma progressão natural de reunir pessoas em ferramentas de videoconferência. Embora o treinamento em videoconferência possa ser unidirecional, a RV torna o aprendizado uma experiência muito mais prática.
Além disso, esses recursos podem tornar visível o que é invisível, como, por exemplo, as ondas de rádio que se propagam são invisíveis no mundo real, mas em RV e RA elas podem se tornar visíveis, para que os trainees possam entender melhor recursos como formação de feixe de antena.
Pode parecer loucura que seus funcionários possam passar uma parte do dia atrás de um óculos de realidade virtual em uma sessão de aprendizado ou testando um conceito de design para ver se a estrutura de um edifício pode resistir a um furacão. O metaverso já está girando em torno de nosso mundo de trabalho com uma gama de tecnologias emergentes e casos de uso que podem se tornar a próxima grande novidade.
Independentemente de como isso irá evoluir, uma coisa é certa: o metaverso vai impulsionar novos aplicativos e experiências – tanto nos negócios quanto na esfera do consumidor, sendo necessário estar preparado para a próxima geração da internet.
Roberto Abreu é diretor de soluções da Blend IT.
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