Nosso trabalho visa à sublimação da Religiosidade, que não se posiciona como concorrente das religiões nem se apresenta na forma de uma trave na garganta dos que consideram o ensino religioso um retrocesso. Infelizmente, existe esse velho perigo, tendo em vista a lamentável luta secular pela hegemonia desencadeada por algumas crenças. Abro parênteses para reforçar que de nenhum modo compactuamos com qualquer postura opressiva, intolerante ou segregadora no campo sagrado da Fé e em outras áreas. Promovemos, isso sim, a convivência pacífica e ecumênica como bom futuro para todos.
Prosseguindo em nosso raciocínio, devemos compreender que a Espiritualidade é algo inerente aos indivíduos. Brado há décadas: estamos corpo, mas somos Espírito.
Conforme escrevi em um artigo na Folha de S.Paulo, de 9 de agosto de 1987, e mais tarde no livro Mãezinha, deixe-me viver! (1989), não se pode eternamente impedir a manifestação daquilo que nasce com o ser humano, mesmo quando ateu: o sentido de Religiosidade, que se expressa das mais variadas formas altruísticas.
Para além do debatido determinismo histórico — em resumo, a visão de que nossas ideias são determinadas pela nossa situação histórica —, trata-se, acima de tudo, do Determinismo Divino, de que nos falava Alziro Zarur (1914-1979), saudoso Proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo. Antes que fatalmente a Ciência conclua em laboratório a perenidade da Vida, cumpre à Religião, jogando no lixo preconceitos e tabus milenares, não temer falar, com maior objetividade, sobre o prosseguimento do Espírito após a morte, e pesquisar o Mundo Invisível para valer.
O espírito de Religiosidade sobrevive à descrença dos irmãos céticos e, o que é mais difícil, ao desserviço dos mistificadores.
José de Paiva Netto é Jornalista, radialista e escritor.
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