• Cuiabá, 06 de Dezembro - 00:00:00

Qualidade de vida afeta produtividade no trabalho

Uma pesquisa recente da Great People e Great Place to Work (GPTW, 2023) apontou que 51,4% dos brasileiros se sentem impactados negativamente pelo trabalho. Saúde mental e física, qualidade do sono e relações familiares foram as áreas citadas como mais prejudicadas. Diante desse contexto, precisamos urgentemente falar sobre a importância da qualidade de vida e produtividade.

Não há dúvida que a empresa ou organização precisa se conscientizar da importância de trabalhar práticas comportamentais para melhorar o desempenho pessoal,  a qualidade de vida e as habilidades pessoais dos colaboradores, contribuindo assim com a construção do conhecimento incluindo metas, planejamento e autorrealização, o que geralmente é um trabalho de longo prazo.

Para começar, é muito importante entender dois aspectos sobre o comportamento dos seus colaboradores. O primeiro deles consiste nas emoções, que precisam ser equilibradas e gerenciadas, jamais reprimidas; já o segundo ponto compreende inúmeras transformações do colaborador, que em médio e longo prazo precisa receber todo apoio da empresa para alinhar objetivos de vida e profissionais. 

Trabalhar esses aspectos básicos exige a geração de novos recursos, de modo a capacitar o colaborador para mudanças de mentalidade que incluam novas perspectivas, ideias, comportamentos, objetivos, confiança, crenças positivas, motivação  enfim , mentalidade de crescimento  que gere melhorias tanto pessoal  quanto profissionalmente.

Embora não seja normal aquela "sensação ruim" aos domingos, antes da volta ao trabalho na segunda-feira, de acordo com a pesquisa da Great People & GPTW, ela é sentida por 55,78% dos entrevistados, com prevalência maior entre os mais jovens: 11,49% dos 'baby boomers' a sentem, enquanto 57,39% da 'geração Z' têm o sentimento. Sim, gestores, temos que olhar para isso!

Esses números indicam que as pessoas muitas vezes não encontram propósito ou sentido no trabalho que fazem ou até que o pagamento não compense quando outros pilares da qualidade de vida são constantemente afetados, como não ter tempo ou estar muito cansado para fazer exercícios físicos, não conseguir realizar atividades de lazer, hobbies e ter momentos de qualidade com a família.

A pergunta é: como gestores e profissionais de recursos humanos podem criar uma cultura de cuidado em suas organizações? A primeira recomendação é promover programas internos com incentivos positivos para que o colaborador cuide bem da saúde.

Como as pessoas passam boa parte do dia no trabalho, a empresa tem muitas oportunidades para ajudar nesse aspecto: se beber mais água é bom para a saúde, ela deve ser fácil de acessar. Se exercícios são importantes para nosso vigor físico, por que não implantar um programa que engaja os colaboradores em atividades regularmente?

Esse mesmo raciocínio pode ser usado para evitar que hábitos ruins para a saúde ocorram no ambiente de trabalho. Pode ser uma delícia comer salgadinhos gordurosos, mas pode ser uma boa ideia tornar o acesso a eles mais difícil. Até porque, determinados alimentos (como frituras) podem gerar perdas substanciais em tempo produtivo.

O ideal é que a empresa ajude o funcionário a se concentrar apenas em hábitos que realmente melhoram a vida, o que naturalmente vai gerar benefícios que afetarão positivamente o próprio trabalho, dentre eles, podemos destacar mais energia, sistema imunológico mais forte, bom humor e longevidade.

Por fim, vamos falar em gerenciamento de estresse e da ansiedade (visto que o Brasil está no ranking dos países mais ansiosos do mundo) e que requer uma cultura corporativa saudável, levando em conta os pilares da qualidade de vida, que compreendem qualidade de sono, tempo de descanso, relações familiares, contato com a natureza, alimentação saudável, exercício físico regular, entre outras atividades de autocuidado que influenciarão no bem-estar e na produtividade.

Uma frase do escritor e palestrante norte-americano Robert Karch, reconhecido mundialmente como autoridade na área de promoção de saúde e membro dos conselhos da AAPM (American Association of Preventive Medicine) e da HERO (Health Enhanced Research Organization) diz assim: "Nem todas as empresas precisam investir em qualidade de vida, promoção de saúde ou coisa parecida. Só aquelas que querem ser competitivas no século XXI".

 

Danielle Ruiz é palestrante e coaching de alta performance, Master programação neurolinguística, Gestão de Equipes, A ciência do bem-estar pela Universidade de Yale.



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