A política brasileira padece das mesmices miseráveis que travam culturalmente um país territorialmente imenso, cria obstáculos na economia e emperra a evolução do exercício de cidadania. É muito do mesmo e muito ruim. Os políticos candidatos aos diversos cargos já se apresentam envelhecidos. Quando o cargo é a presidência é pior ainda.
Quando falo velho não é a idade, são as ideias. Velhos na forma de pensar; isso quando as tem! Velhos em tudo aquilo que trazem junto de si, velhos no que propõem, no que querem; além de estar no topo do poder.
Velhas ideias não constroem coisas novas, portanto não há esperança para o cidadão brasileiro além da sua própria força motriz do trabalho e da vida.
Dentre os candidatáveis a presidência que se apresentaram até agora para o próximo pleito todos já são velhos. Aliás muito velhos, conhecidos e desaprovados do ponto de vista da efetiva possibilidade de soluções aos problemas crônicos no país. Corrupção, violência, desigualdades sociais, afavelamentos das cidades, escolarização da sociedade, dentre outros.
Vejamos cada um dos possíveis candidatos:
Jair Bolsonaro, 28 anos as custas da Câmara Federal sem devolver um único centavo em resultado para o povo de seu estado. Três anos na presidência do país de forma desastrosa, grotesca, quase um atentado a economia, somado a crescente corrupção e descontrole emocional. Ora quer fazer um estado teocrático, ora um estado miliciano e em outros momentos flerta com o autoritarismo das ditaduras deterioradas. Deve ser creditado no curso da história como o presidente mais mentiroso de todos os tempos, pois confunde constantemente realidade e ficção em seus devaneios diante de apoiadores nos cercadinhos da vida.
Luiz Inácio Lula da Silva deixou a presidência em 2010, no apogeu do populismo barato, e 11 anos depois volta carregado de suspeitas e envolvimentos criminais ainda não esclarecidos e não julgados corretamente. Aparece na frente das pesquisas por simplesmente atacar o principal oponente e atual presidente. Sem proposta, sem novas ideias, sem programa, já era ruim há 11 anos, ainda mais agora envelhecido e hoje carregado de suspeitas e rancor, sem nada novo.
Sergio Moro é marcado por ter sido célere de forma até exagerada nas ações da lava jato, com passagem desastrosa pelo Ministério da Justiça do atual presidente. Para o marketing um justiceiro e nada mais, que pode ser confundido mais como alguém que prima pelo justiçamento à revelia do que pela justiça em si. Sem programa, sem ideias e sem propostas. O que traz Moro para justificar sua candidatura? Prendeu Lula e denunciou corrupção e desmandos no atual governo? É muito pouco para presidir um país.
João Dória, de onde sai? De uma carreira meteórica e cheio de efeitos de marketing. Prefeito de São Paulo, pula para governador do estado em um PSDB com militância as vezes bolsonarista e as vezes Lulista. Com que proposta ele vem? O que tem para o Brasil além da vacina da qual tem mérito? Apenas o poder da fria palavra “terceira via”. É pouco.
Ciro Gomes, candidato à presidência em 1998, 2002 e 2018. Ex-ministro dos governos de Itamar Franco e de Lula. Usa ainda os mesmos termos: “precisamos discutir o Brasil”. Quando muda fala: “precisamos debater o Brasil”. Frases exaustivamente repetidas por ele nestes quase 25 anos. O que traz de novo? Até agora apenas o competente marqueteiro João Santana.
Ainda há tempo para novos nomes e quem sabe alguém que tenha algo realmente interessante a apresentar ao brasileiro. Caso contrário é só. Mais do mesmo só vai produzir mais do mesmo: mais vergonha, menos competitividade, mais falatório, menos crescimento, mais empobrecimento cultural e menos empregos. Política é como água fluente; se estagnar, apodrece. Estamos estagnados. Sinta o cheiro!
João Edisom é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.
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