• Cuiabá, 28 de Setembro - 00:00:00

Trump, Bolsonaro e Milei

                A chegada de Donald Trump ao governo dos EUA em 2017 provocou uma onda de governos da direita política pelo mundo. Trump é do partido Republicano, que tem uma ala mais à direta do espectro político e com ideias mais radicais.

                Ele, no governo, enveredou por caminhos que mexeram com a maneira de fazer politica nos EUA e em outros países. Se tem muitos acontecimentos bizarros no caso do Trump. Muitos processos, o presidente do país que mais teve ações na justiça. Até mesmo por tentar mudar resultado de eleição para presidente. O caso no estado da Geórgia é emblemático.

                Nos EUA ganha a eleição no final aquele que tiver mais votos numa espécie de colégio eleitoral. Ganhou num estado, nem que seja por um voto, leva todos os delegados dali. Trump queria fraudar a eleição na Geórgia para ter esses votos. No final tudo foi descoberto e ele sofre ações na justiça.

                  O interessante é que nos EUA tudo isso não o impede de ser candidato outra vez. Possivelmente deve ser o escolhido pelo partido Republicano como próximo candidato do partido.

                Por influência de Trump, ou por pura coincidência, também no Brasil se teve presidente mais à direita na política, Jair Bolsonaro. Seguindo o modelo Donald Trump, andou fazendo e falando muita coisa que, no final, acabou prejudicando sua passagem na presidência. Atacou, como Trump, o processo eleitoral. Culpou urna eletrônica, TSE e tudo mais para dizer que a eleição podia ser fraudada.

                O que chamava a atenção é que ele acabara de ser eleito presidente com esse modelo eleitoral e logo passou a bater contra. Quase que dizia que podia ter sido eleito de forma equivocada. Também, como Trump, andou falando coisas inadequadas contra a covid e o confinamento.

             Acredita-se hoje que ele perdeu a reeleição por esses motivos. A economia esteve em ritmo adequado em seu governo, inflação sob controle e desemprego caindo. Mesmo assim não foi reeleito. Aliás, o único presidente no mandato que não se reelegeu.

                Aqui perto do Brasil, na Argentina, aparece outro personagem da direita política, Javier Milei, que, em pouco tempo de exposição pública, já mostrou um caminho peculiar. Como nos casos do Trump e Bolsonaro tem chances de ganhar a eleição mesmo com posturas e frases estranhas.

                Disse, como exemplo, que, se ganhar, afastaria a Argentina de comércio com países esquerdistas. Citou a China e também retiraria o país do Mercosul. No Mercosul, o recado era para o Brasil, pois as economias do Paraguai e Uruguai, outros membros da integração, são pequenas.

               China e Brasil são os dois maiores parceiros comerciais do país. Onde iria comprar e vender bens de uma hora para outra? Disse também que não se teria mais dinheiro público para educação e saúde. Tudo privatizado. Maluquices em estado puro.

              Atitudes e ações estranhas de alguns nomes da direita política mundial. Será que, mesmo assim, aparecerão novos nomes nessa área política ou esse tipo de comportamento pode até atrapalhar o crescimento desse grupo em diferentes países? 

 

Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.

E-mail: pox@terra.com.br



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