A nossa vida cotidiana e a arte se alimentam – e muito – de lendas, fábulas e mitos. Mas esses três termos são utilizados geralmente sem muito critério, se maneira bem confusa e misturada, como se tudo fosse a mesma coisa. Mergulhar nessas diferenças pode ser excelente para mergulhar em nosso dia-a-dia;
As lendas, por exemplo, são narrativas fantasiosas transmitidas pela tradição oral ao longo dos séculos. Combinam o real e histórico com o irreal, meramente produto da imaginação humana. Surgem assim explicações plausíveis, e até certo ponto aceitáveis, para fatos sem explicação científica comprovada.
Já as fábulas são composições literárias curtas, escritas em prosa ou versos em que os personagens são animais que apresentam características humanas, muito presente na literatura infantil. Possuem caráter educativo e fazem uma analogia entre o cotidiano e as histórias vivenciadas pelas personagens, com uma moral no fim da narrativa.
O mito, por sua vez, é uma narrativa de caráter simbólico e imagético. Ele se transforma com as condições históricas e étnicas de uma cultura e busca explicar e demonstrar, por meio da ação e do modo de ser das personagens, a origem do mundo, dos seres humanos, dos animais, das doenças, do amor; do ódio; enfim, de tudo.
Portanto, a lenda de Robin Hood, surgida provavelmente a partir de um personagem real; as fábulas do francês La Fontaine, um grande divulgador dos textos do gênero de Esopo e as mitologias grega e romana, entre muitas outras, são manifestações para, respectivamente, explicar fatos, dar lições e entender a origem de tudo que nos cerca. Conhecer esse universo nos torna mais humanos e menos autômatos.
Oscar D'Ambrosio, mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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