Vejam essa notícia publicada na semana passada em Mato Grosso, sob o titulo “ORÇAMENTO 2019: Com apenas 1% para investimento e 99% com custeio da máquina, próximo governador vai precisar juntar todas as forças para MT não afundar de vez”, baseada em declarações oficiais do secretário de Planejamento do Governo estadual, economista Guilherme Muller, na Assembléia Legislativa:
“Com apenas 1% previsto para investimentos em obras e serviços e os outros 99% sugados pelo custeio da máquina pública (salários e dívidas), o que se coloca para Mato Grosso em 2019 quanto a recursos orçamentários é um cenário de penúria e crise – o que vai exigir do próximo governador habilidade política, espírito de conciliação para agregar forças econômicas e políticas em torno de um projeto de salvação do Estado e de retomada de desenvolvimento, com sobras de recursos para investir em obras prioritárias, com destaque para saúde (o mais defasado), educação, segurança e transportes”.
Isso é um grito de desespero. Todos que vivem e trabalham neste Estado estão ameaçados pela falta de investimentos. Os futuros governantes entrarão sob a ameaça de morrerem na praia e de atrasarem o Estado por décadas. Qualquer um que se eleja, até mesmo o atual governador Pedro Taques, vai remar contra a corrente e administrar o arroz com feijão temperado pela pobreza dos cofres públicos.
Até aí, já é péssimo. Pior fica quando os setores produtivos silenciaram e não disseram uma palavra a respeito, como se isso não tivesse a ver com a economia. Alienação ou conveniência? O setor mais bem estruturado, o agronegócio se fechou em silêncio. O comércio nem suspirou. Muito menos a indústria. Traduzindo tanto comodismo só tem numa leitura: estamos perdidos mesmo!
Mas não é verdade, porque estão lutando por candidaturas. O mais duro dessa leitura é a alienação dos setores econômicos. Como ninguém levantou a voz, fica bem claro que o próximo governante vai governar do seu jeito, não importando que jeito venha a ser este. Sabemos de antemão que a Assembléia Legislativa não se sustenta em pé. Quando mais opinar! Os poderes são castelos corporativos fechados em si mesmos.
Deixo a reflexão. Estamos como o boi que vai conformado pro corredor do brete. No final uma pancada mortal na cabeça vai matá-lo. E ele vai em silêncio caminhando pros braços da morte. Triste Mato Grosso! Entrou no brete!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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