Nesta semana o governador Pedro Taques protagonizou mais um enfrentamento público. Desnecessário, creio! Foi no caso dos hospitais filantrópicos. Briga antiga. Mal resolvida. Com, cara de que nunca será bem resolvida. Acusações mútuas.
Os hospitais anunciaram que fecharão o atendimento popular por falta de recursos. Acusam o governo de Mato Grosso de atrasos. O governo se isenta. Como a discussão não é nova, ela deve necessariamente passar pelos canais burocráticos das primeiras instâncias pra checagem e conferências de passes e de repasses.
Mas no começo da confusão, diante das primeiras investidas dos hospitais filantrópicos o governador Pedro Taques puxou a bola pra si e chutou forte. Pronto. Chamou a briga pra si. Não terá ganhos. Só perdas. O assunto antes de chegar nela teria que se esgotar nos trâmites burocráticos. A ele caberia a palavra final de magistrado do Poder Executivo.
Sua atuação deveria ser ao final de todas as discussões, idas e vindas, a de anunciar medidas pra solucionar o impasse. Ou definir à luz das possibilidades políticas estaduais como trataria o assunto. Porém a sua índole reativa o tem levado a reagir prematuramente. Nesses casos puxa pro seu colo questões e desgastes que talvez nunca chegassem nele como desgaste.
Numa briga na área de saúde, seguramente nenhum governante sairá vencedor. A intolerância social é muito grande. De saída os hospitais filantrópicos levam vantagem na briga. Com razão ou não!
Cito um exemplo acontecido num governo anterior. Uma viatura policial, um velho Chevette da PM, atropelou pessoas no ponto de ônibus. Procurado, o governador disse que era assunto policial. O comandante do batalhão se explicou, mas a repercussão chegou até o comandante da PM, depois ao secretário de Segurança, onde foi resolvida como assunto policial.
O governador aproveitou o fato e entrou anunciando a troca da frota da PM por carros novos. Nesse caso dos hospitais filantrópicos não deveria ter sido diferente. É um assunto da saúde. Mas depois de resolvido o governador poderia transformá-lo num ganho político positivo. Antes disso, só riscos e perdas políticas.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@onofrreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br
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