Bruno Gumiero
Nos últimos dias, o mundo voltou seus olhos para uma causa que ainda é cercada por desinformação e preconceito: a epilepsia. O Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, conhecido também como Dia Roxo, datado em 26 de março, oferece uma oportunidade para fortalecer o combate a mitos que perduram há séculos e reforçar que pessoas com essa condição podem viver com qualidade, autonomia e sem medo.
Como neurologista e epileptologista, vejo de perto os desafios enfrentados por quem recebe esse diagnóstico. Mais do que uma questão médica, a epilepsia é também uma questão social, que ainda carrega o peso do estigma e da exclusão. Apesar de ser uma condição de saúde que afeta 50 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o preconceito em relação à doença ainda é grande.
Antigamente, acreditava-se que a epilepsia era resultado de possessões espirituais ou de problemas mentais graves. Crenças ultrapassadas que, infelizmente, ainda geram olhares desconfiados e julgamentos errados. Muitos pacientes enfrentam dificuldades em ambiente escolar, no mercado de trabalho, e até mesmo em suas relações pessoais. Com isso, o medo de sofrer uma crise em público faz com que essas pessoas, tenham uma predisposicao em desenvolver disturbios psiquiatricos graves que agravariam a propria epilepsia.
Esse estigma social tem raízes na falta de informação. É por isso que a conscientização e a educação são ferramentas chaves para mudar essa realidade. Desmistificar os mitos sobre a doença, são passos essenciais para garantir o acolhimento e respeito em todos os espaços. É fundamental que a sociedade aprenda a enxergar a epilepsia como ela realmente é: uma condição médica tratável, com possibilidade de cura, e não uma limitação definitiva.
Hoje, com os avanços na neurologia, é possível ter acesso a tratamentos adequados que ajudam a controlar a maior parte dos casos de epilepsia com o uso de medicação. Além disso, em situações específicas, cirurgias também podem ser opções terapeuticas viáveis. Ter o suporte de um profissional de saúde especializado permite que o paciente compreenda melhor sua condição e encontre o caminho para gerenciá-la de forma eficaz.
Ainda assim, é importante que a sociedade se conscientize de que a epilepsia não define quem a pessoa é. Ela é apenas uma parte da vida de quem convive com essa condição. A informação e o diálogo são o caminho para que essas pessoas possam viver sem medo. Portanto, que neste Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia possamos utilizar essa data para quebrar preconceitos e promover a inclusão.
Dr° Bruno Gumiero é Neurologista e Epileptologista na Axons Centro Especializado em Neurologia e Neurofisiologia em Cuiabá.
Ainda não há comentários.
Veja mais:
PC: homem é preso com quase 3 mil arquivos de pornografia infantil
TCE: parecer favorável à aprovação das Contas 2024 do Governo de MT
CPMI do INSS: senador pede legislação que dê segurança aos aposentados
Assalto violento em fazenda: TJ nega redução de pena
Após incêndio em veículo, Justiça condena empresa de ônibus
Polícia Federal desmantela grupo acusado de crime de moeda falsa
Operação Ruptura da Polícia Civil mira facções em Mato Grosso
Câmara pauta projeto que regula redes sociais para crianças
Decisão: intimação eletrônica equivale à pessoal em processos
42 anos da FCDL-MT: uma trajetória de fortalecimento do comércio e desenvolvimento para Mato Grosso