POR IARA LEMOS/PORTAL CONGRESSO EM FOCO
O ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran foi incluído no programa de proteção a testemunhas por determinação do juiz federal Eduardo Fernando Appio, depois de entregar uma série de documentos à Justiça que comprometem o senador Sérgio Moro (União-PR). A decisão do magistrado foi publicada nesta segunda-feira (27), logo após o depoimento de Tecla Duran na Justiça Federal do Paraná.
Com a denúncia de Duran, as investigações foram remetidas pelo magistrado ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal federal (STF), já que Moro tem foro privilegiado por ser senador.
“O acusado está sendo encaminhado ao programa federal de testemunhas protegidas por conta do grande poderio político e econômico dos envolvidos, sendo certo que toda e qualquer medida somente será apreciada por este Juízo Federal em caso de risco concreto à visa e/ou segurança das testemunhas e autoridades envolvidas”, afirmou o magistrado.
O processo em questão investiga esquema de pagamento de propina a políticos por parte da empreiteira, uma das principais estruturas de corrupção descobertas pela Operação Lava Jato. O advogado afirmou à Justiça que tem provas de que pagou US$ 613 mil a advogados ligados à advogada e hoje deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), mulher do hoje senador Sérgio Moro. O senador era o responsável pela Operação Lava Jato, e quando magistrado, foi o responsável pela decisão que determinou a prisão do presidente Lula.
Por meio de nota encaminhada ao Congresso em Foco, Sérgio Moro afirmou que as acusações de Tecla Duran são falsas e que as chamadas provas que o advogado teria entregado à Justiça foram fabricadas.
“Sobre as declarações de Tacla Duran: Trata-se de uma pessoa que, após inicialmente negar, confessou depois lavar profissionalmente dinheiro para a Odebrecht e teve a prisão preventiva decretada na Lava Jato. Desde 2017 faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou. Tenta desde 2020 fazer delação premiada junto à Procuradoria Geral da República, sem sucesso. Por ausência de provas, o procedimento na PGR foi arquivado em 9/6/22”, afirma a nota, que complementa.
“O senador não teme qualquer investigação, mas lamenta o uso político de calúnias feitas por criminoso confesso e destituído de credibilidade”.
No processo, Tacla Duran afirma que houve direcionamento de delações da Operação Lava Jato contra determinados alvos. Ele acusou ainda outro advogado, Carlos Zucolotto Júnior – padrinho de casamento de Moro e ex-sócio da mulher do juiz –, de intermediar negociações paralelas da Lava Jato. Tacla Duran é acusado de ser um um dos operadores financeiros do esquema de corrupção que envolveu Odebrecht em contratos com a Petrobras. Por meio de nota, Rosangela Moro (União-SP), que é deputada federal, também rebateu as denúncias.
“A deputada repudia as declarações de Tacla Duran. As informações não são verídicas. Trata-se de uma pessoa que faz acusações falsas, sem qualquer prova. A deputada não teme qualquer investigação. Tacla Duran é um criminoso confesso, sem credibilidade”.
AUTORIA

IARA LEMOS Editora. Jornalista formada pela UFSM. Trabalhou na Folha de S.Paulo, no G1, no Grupo RBS, no Destak e em organismos internacionais, entre outros. É mestranda na Universidade Aberta de Portugal e autora do livro A Cruz Haitiana. Ganhadora do Prêmio Esso e participante do colegiado de Inteligência Artificial da OCDE.


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