Alfredo da Mota Menezes
Dias atrás, Mauro Mendes esteve em Brasília conversando em Ministério sobre segurança na fronteira com a Bolívia. Assuntos da fronteira tem que ter apoio de Brasília, mas a coluna vai enveredar mais uma vez por um antigo ponto de vista.
O Brasil precisa de um acordo diplomático maior com a Bolívia sobre a fronteira entre os dois países. São mais de três mil e quatrocentos quilômetros de fronteira entre Bolívia e os estados de MT, MS, Acre e Rondônia. Somente MT tem quase 800 km de fronteira com o país vizinho.
É um acordo entre países, não entre um estado brasileiro e o governo boliviano. O governador poderia liderar uma ação entre os governos desses estados brasileiros para, em conjunto, levar o assunto a Brasília.
Será que os governos dos estados, que fazem fronteira com a Bolívia, não teriam interesse num acordo nessa direção? Se juntar os quatro estados são doze senadores que poderiam, junto com os governadores, levar o pleito ao governo federal.
Seria difícil o governo boliviano recusar. Tem interesse em manter boas relações com o país vizinho. A venda do gás da Bolívia e a ureia podem ajudar a cimentar esse acordo maior entre os dois países.
Nos moldes daquele do Paraguai com o Brasil de que forças brasileiras podem, em conjunto com as do Paraguai, realizarem atos e ações até dentro do território do outro país. Este acordo beneficia diretamente o Mato Grosso do Sul.
Ficar do lado de cá da fronteira, como no caso de MT, sem ter um trabalho conjunto com as forças de segurança do outro país é uma luta difícil no combate ao mal feito nessa longa fronteira entre os dois países. Um acordo poderia ajudar a minorar os problemas entre os lados e que tende a aumentar se não for feito algo mais profundo e em conjunto entre os diferentes interesses.
Ou, indo além nessa conversa, Mauro Mendes poderia até tentar buscar o apoio do governo boliviano na busca desse acordo junto ao governo brasileiro.
Outro assunto tratado pelo governador em Brasília foi para o estado assumir de novo o Parque Nacional da Chapada. O governo propõe investir em quatro anos 200 milhões de reais naquele Parque.
A concessionaria, que tem o controle hoje, diz que investirá 18 milhões de reais em 30 anos. A diferença é abissal. Dinheiro o governo tem, pois “sobra” mais de 15% da receita corrente liquida para investimentos no estado.
O governo disse que tentou por três vezes, durante a administração Bolsonaro, essa retomada do Parque e não conseguiu. Será que agora, num governo mais à esquerda que, no geral, quer ver o poder público no controle maior das coisas do país, ele vai conseguir?
Poderia, mais tarde, até mesmo voltar o Parque para a inciativa privada, mas depois dos investimentos daqueles 200 milhões de reais. Tem muita coisa para fazer para melhorar ainda mais a visita a esse Parque.
O governo Lula vai repetir o de Bolsonaro e não atender ao pedido do estado?
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.com.br
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