Rafaela Maximiano
Política, economia, agronegócio e machismo foram alguns dos pontos abordados na Entrevista da Semana com a senadora por Mato Grosso, Margareth Gettert Buzetti (PP-MT).
A também empresária Margareth Buzetti assumiu o cargo no último dia 7 de junho, após o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) pedir afastamento por 121 dias.
Para ela, o governador Mauro Mendes (UB) tem um cenário de favoritismo para a reeleição tendo em vista os resultados apresentados. “O governador Mauro Mendes tem feito uma grande e excelente gestão em diversas áreas, como na infraestrutura, saúde, educação, segurança e outras, Com certeza meu candidato ao governo de Mato Grosso é Mauro Mendes”, afirma.
Margareth também pontua ao FocoCidade que sua representatividade como parlamentar irá contribuir com a sociedade em políticas na defesa da mulher, pelo agronegócio, pela industrialização do Estado; e quanto à alta de preços na Petrobras, defende a abertura do mercado para outras refinarias no país, na tentativa da livre concorrência regular os preços.
“Vou aproveitar bem o tempo que tenho no Senado Federal para as defesas importantes do Estado”, pontua a senadora.
Nascida em Concórdia (SC), Margareth Buzetti tem 62 anos, duas filhas e dois netos. Mora em Cuiabá desde 1987, onde abriu uma empresa do setor de reforma de pneus. Ela tornou-se a primeira mulher a ocupar a presidência da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá (Aedic) e também a primeira mulher a assumir a presidência da Associação Brasileira de Reforma de Pneus (ABR). A nova senadora também é secretária-geral do Diretório Estadual do Partido Progressista (PP).
Boa Leitura!
No discurso de posse a senhora chamou a atenção para vários pontos, como a questão do machismo, isso interfere na sua atuação como parlamentar?
Não. Nunca tive problemas na convivência com os homens. Fui criada junto aos motoristas de caminhão e hoje sou empresária no setor de reforma de pneus. Porém, vejo o que acontece diariamente e as mulheres sofrendo todos os tipos de violência, inclusive violência política. Por isso acredito que a nossa representatividade é importante.
Qual o significado de estar senadora diante de sua trajetória como empreendedora?
Me sinto honrada de representar os mato-grossenses e trabalhar pelo nosso país no Senado Federal. Ser do setor produtivo é importante, principalmente do setor industrial que tanto tem sofrido e perdido representatividade nos últimos governos.
A pauta “agro” está na sua agenda prioritária, “segurança alimentar e sustentabilidade sem ideais”, como pontuado no seu discurso de posse, significa o que exatamente?
O agro tem que ser prioritário para todos os parlamentares. Somos um país essencialmente agrícola, e falar de segurança alimentar é colocar as pessoas em primeiro lugar. Pensar que os governos precisam fazer um estoque regulador dos seus produtos faz parte da segurança alimentar nacional. Não é só exportar e combater o desmatamento ilegal como é dever do Estado, mas dentro do que é legal e permitido, o ser humano faz parte do meio ambiente. Somos o maior estoque de biodiversidade do planeta, precisamos usar de modo correto, responsável e em benefício da nossa população.
A industrialização em Mato Grosso caminha a passos longos? O que falta para realmente tornar um Estado com essa dinâmica?
Somente a agroindústria caminha a passos largos, temos grandes desafios e um deles é a demanda energética. Somos campeão em produção de algodão, mas não temos um polo de fiação têxtil, por exemplo.
Como a senhora analisa a prometida chegada dos trilhos a Cuiabá até o Distrito Industrial, considerando estudos que apontam a necessidade da carga retorno para que o transporte seja equiparado ou supere o rodoviário?
Precisamos fazer realmente um polo industrial no nosso distrito, na baixada cuiabana. Processar alimentos, fiação de algodão, precisamos levar produtos acabados para estados consumidores. Temos potencial para gerar carga de retorno e é preciso uma política que garanta energia, agilidade em licenças ambientais e outras necessidades urgentes. Precisamos ter sustentabilidade energética para sermos um polo industrial e com uma infraestrutura logística estruturada para atender melhor todos os setores e assim atender essa demanda.
O preço dos combustíveis que gera a cadeia de aumento em tudo, tem no ICMS dos estados o ponto para redução. É o caminho?
Qualquer redução de impostos para o consumidor é importante, porém não vejo que o PLP/18 vai garantir menor preço na bomba por muito tempo. O petróleo obedece a preços internacionais. Uma solução para este problema, uma vez que ainda não é viável a privatização da Petrobras, seria abrir o mercado para outras refinarias e deixar a livre concorrência, a oferta maior que a demanda regular os preços.
Nesse caso, o Governo Federal deve subsidiar as perdas nos cofres estaduais, considera esse um meio para amenizar a atual conjuntura?
Essa interferência não é boa para o livre mercado. Sou a favor da abertura de mercado para a oferta regular os preços. como já disse na resposta anterior. Tenho quase certeza que tudo isso será judicializado e vai acabar no STF. Isso só faz crescer a polarização dos grupos pró e contra o governo, ou seja, não é bom para ninguém.
Política. Quais seus planos para as eleições 2022?
Meus planos continuarão a ser os mesmos desde que ingressei na política, ainda muito jovem, de contribuir para uma sociedade mais justa, promovendo oportunidades na geração de empregos e renda. O social faz parte das políticas públicas, porém sou da opinião que devemos ajudar as pessoas em alguns momentos e depois mostrar e oportunizar para que elas consigam seguir e se manterem. O Estado deve atuar só em questões essenciais e regular as demais.
Sempre pensei e agi assim e em 2022 não será diferente. Vou aproveitar bem o tempo que tenho no Senado Federal para as defesas importantes do Estado.
O governador Mauro Mendes tem um cenário de favoritismo para eventual projeto a reeleição... Qual sua análise sobre o desempenho de sua gestão?
O governador Mauro Mendes tem feito uma grande e excelente gestão em diversas áreas, como na infraestrutura, saúde, educação, segurança e outras. Com certeza, meu candidato ao governo de Mato Grosso é Mauro Mendes.
Margareth por Margareth, qual seu maior desafio hoje?
Maior desafio é estar na linha de frente. Tudo que faço será analisado e questionado a favor ou contra e sempre fui atuante, mas sou uma pessoa muito família. Em algumas coisas sou muito reservada e não gostaria de perder essa paz familiar. Tenho opiniões fortes, mas não saio atacando ou denegrindo ninguém. Prometo que irei trabalhar muito, como sempre fiz, com ética, honestidade e não abrindo mão das minhas convicções.
Quero contribuir para melhorar a vida das pessoas e melhorar a imagem da política.
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