Cristina Cuiabália
Grandes eventos são marcos na linha do tempo que mudam os rumos da história, eles favorecem o encontro entre pessoas, o embate e a confluência de ideias e arrematam decisões que vão impactar uma cidade, um país ou o planeta. O mundo ficou diferente depois da ECO 92, a Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Foram 178 representantes de países-membros da ONU dialogando no Rio de Janeiro sobre alertas preocupantes para o futuro, sendo as mudanças climáticas um dos mais emergentes.
Os resultados vieram nas mais diferentes escalas. Dali nasceram ou se fortaleceram iniciativas no mundo todo impulsionadas pelas evidências científicas e pelo senso de urgência e corresponsabilidade em relação ao meio ambiente. A mobilização despertou emoções e edificou propósitos, surgindo ainda mais entusiastas da causa ambiental e instituições comprometidas com a sustentabilidade em diversos segmentos.
Nesse campo, em uma instituição em especial, foi plantada uma semente em solo fértil e adubada com um compromisso com a eternidade. O Serviço Social do Comércio (Sesc), naquele momento completando meio século atuando em todo o país, ampliou a visão do bem-estar social incorporando efetivamente a causa socioambiental. E foi no coração da América do Sul que o Sesc ergueu uma de suas contribuições mais nobres ao seu público prioritário e toda a sociedade, aliando conservação da natureza, ecoturismo, educação ambiental e ação comunitária, nascendo o Polo Socioambiental Sesc Pantanal. Este foi o início de uma era socioambiental sem volta, um pacto com o futuro ao criar a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, gravada com pioneirismo e perpetuidade.
A RPPN Sesc Pantanal, como toda iniciativa do Sesc, acompanha a história atentamente e atua na fronteira para atender às demandas sociais, sendo hoje uma das principais estratégias para promover o meio ambiente saudável por garantir os serviços ecossistêmicos.
Prestes a completar 30 anos, a RPPN Sesc Pantanal esteve presente em outro momento histórico no Brasil e no mundo, a COP 30 (Conferência das Partes), fórum mundial responsável pela tomada de decisões voltadas à implementação dos compromissos assumidos pelos países no combate às mudanças climáticas. Em Belém, a RPPN Sesc Pantanal contou sua história e fez ecoar a voz do Pantanal como bioma estratégico nesse contexto, por meio de boas práticas já consolidadas na RPPN e em diversas iniciativas que atuam em rede para a sustentabilidade dos territórios pantaneiros.
Ao longo do tempo, a RPPN já soma mais de 500 publicações científicas produzidas sobre as mais diversas áreas do conhecimento, em parceria com quase 200 instituições brasileiras e estrangeiras, contribuindo para o entendimento do caráter ecológico do Pantanal e para a previsão de cenários futuros.
Além da pesquisa científica, o ecoturismo é uma das principais atividades da Reserva, sendo este também um meio importante de divulgação do conhecimento produzido e sensibilização de dezenas de milhares de pessoas que visitam a RPPN anualmente, em todas as suas estações.
Outra referência de destaque é o manejo integrado do fogo, uma abordagem inovadora para a gestão das ações preventivas e combate aos incêndios florestais que têm sido cada vez mais frequentes e severos em razão das mudanças climáticas.
Todo esse trabalho é possível porque é feito com as pessoas, desde o Conselho Consultivo com diversos representantes, até as ações comunitárias junto ao entorno para garantir autonomia das populações frente aos desafios socioambientais. Somente com diálogo e união o caminho se abre, as soluções emergem e o horizonte passa a guardar um futuro mais possível para quem ainda vai chegar por aqui. A RPPN Sesc Pantanal é um presente para o futuro do planeta.
Cristina Cuiabália é Gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal.


Ainda não há comentários.
Veja mais:
Veja como vai funcionar devolução do Pix em caso de golpe
MP: homem é condenado a 20 anos por tentar matar ex
Arrecadação federal chega a R$ 261,9 milhões em outubro e bate recorde
O servidor que tem um cargo de fonoaudiólogo e outro de bioquímico pode receber duas aposentadorias no Regime Próprio?
Estudo aponta PIB de Mato Grosso na liderança do crescimento
Do PIX às stablecoins: Por que o Brasil virou o laboratório financeiro do mundo
Crise política trava Congresso e pressiona governo na reta final
Polícia Civil deflagra Operação Desmonte em Rondonópolis
PM prende homem no interior após ameaçar matar familiares
Por unanimidade, 1ª Turma do STF mantém prisão preventiva de Bolsonaro