Sonia Fiori - Da Editoria
Após uma batalha no Congresso para validar a limitação da alíquota de ICMS - e leia-se sobre os combustíveis nos Estados, com reações de governadores, o Governo Federal se deparou com um viés difícil de lidar: a política da Petrobras que balizada nos parâmetros do mercado internacional e visando "lucro" - anunciou mais um aumento, sendo 5,2% na gasolina e 14,2% no diesel - considerando a vigência a partir de hoje (18).
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, carrega esse "fardo" no tear do "custo eleitoral".
Em trecho de reportagem do Portal Correio Braziliense, é evidenciada a reação de Bolsonaro, que considerou a decisão da Petrobras “traição com o povo brasileiro”. "O chefe do Executivo ainda pretende pedir ao Congresso a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o presidente da petroleira, bem como os diretores executivos e conselheiros", pontua trecho de publicação do referido Portal.
Assim, a redução sobre o ICMS nos Estados se tornou mais uma pedra no sapato de Bolsonaro - porque além de conquistar um "mal-estar" com alguns governadores insatisfeitos com o "saldo negativo" que custará a redução do ICMS - simplesmente não conseguiu resolver a problemática do aumento sistemático no preço dos combustíveis.
Em tempo, em Mato Grosso a redução do ICMS é calculada em cerca de R$ 1 bilhão/ano - perda de receita nos cofres públicos, conforme destacado recentemente pela Casa Civil.
Assim, nessa balbúrdia, surgem contrapontos e se amplia o campo de debates.
O tema pauta discussões no grupo de WhatsApp do FocoCidade, com série de ponderações em relação aos eventuais caminhos a serem adotados para tentar encontrar paliativo que possa frear a Petrobras, e não seria muito comparar a estatal de economia mista (capital aberto - acionista principal o Governo Federal) a uma "quimera".
Nesse âmbito, se presume que existem sim chances reais para barrar o "consumo interno de lucro de acionistas da Petrobras" - que sem dúvida pode ser equiparada a uma "Caixa de Pandora" no linear das eleições.
Confira as principais pontuações do debate no FocoCidade:
Fernando Henrique da Conceição Dias/Economista:
A economia vai ter forte destaque para a Eleição de Presidente, ou Bolsonaro mostra o que foi feito durante seu governo em termos econômicos, sociais, infraestrutura e esquece essa parte ideológica ou ficara inviável para o Centrão subir no palanque dele.
Só discurso ideológico não ganha uma eleição. Números são importantes.
Deus, Pátria, família... Não se sustenta com o povo passando fome.
Precisamos ser honestos com o povo. Venho falando isso acerca de quase um ano e meio sobre a questão do combustível. Já falei inúmeras vezes.
E agora com a alta dos juros nos EUA. Aí que ferra tudo. O real é uma moeda periférica. Fraca frente ao Dólar. Isso influencia diretamente a economia doméstica.
Senhor Xisto Bueno (advogado) fez uma análise muito objetiva.
A verdade é uma só. Desde da década de 90 a Petrobras vem sendo privatizada de certa forma e alguém no governo Dilma teve a brilhante ideia de mudar a precificação da Petrobras. Até então a justificativa era a proteção da empresa, já que naquele momento o governo tinha quase 54% da ações.
No governo Temer começou os problemas da PPI que se intensificaram por fatores exógenos e por uma economia doméstica que mudou desde do governo Lula. O resultado é essa catástrofe.
País envelhecendo, pobre, três milhões a mais na pobreza, cinco milhões a mais na extrema pobreza... Inflação chegando forte com dois dígitos e para piorar a situação....Cenário mundial instável. Juros nos EUA subindo, Guerra da Rússia...
O que um presidente da República deve fazer nesse cenário?
A única solução para a Petrobras a médio prazo é mudar a precificação (processo de definição do valor monetário a ser cobrado do cliente por um produto). Fora isso é conversa fiada. E ele não fará isso. Isso tem consequências econômicas e políticas de imediato.
Se fizer perde a eleição e se não fazer corre o risco de perder. É mais fácil correr o risco. Já que ele tem 25% ainda de intenção de voto.
Xisto Bueno - Advogado
Ele (presidente Jair Bolsonaro) já havia colocado. Inclusive demitiu o general.
As coisas não são assim (sobre eventual intervenção na Petrobras). Os preços são calculados com base em uma gama de fatores. A Petrobras segue o que o mundo segue.
A proposta desse governo não é ser liberal? Liberal intervindo diretamente no mercado?
Mas se quer fazer algo, por que não pega a participação do governo nos lucros da Petrobras e usa para subsidiar o preço??? O Governo federal é acionista majoritário.
Ao invés de querer reduzir o tributo que mantém os Estados, pegue o dinheiro que a companhia dá pro governo e subsidie parte do custo.
Carlos Brito/Ex-deputado/Secretaria de Assessoria Parlamentar do TCE-MT:
Agora, após a concessão do aumento e encomenda entregue, o "Conselhão" vai deixar acontecer a substituição do presidente...
Esse aumento deveria ser questionado judicialmente, suspenso e invalidado.
Marcos Andrade/Advogado
"Estratégia matemática, melhor trocar seis meses por quatro anos", disse em tom de brincadeira..
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Governo divulga lista de produtos prioritários do Brasil Soberano
Governador acelera agenda de entregas com destaque à Educação
Audiência pública: AL debate índices de feminicídio no Estado
Operação da PM apreende 41 tabletes de supermaconha em MT
Operação da PF mira rede de pedofilia virtual em Barra do Garças
Forças de Segurança apreendem 300 kg de pasta base de cocaína
PC desarticula esquema milionário de pirâmide financeira
Valor da produção agrícola brasileira recua 3,9% em 2024, mostra IBGE
Síndrome do Impostor Financeiro leva empreendedores a temer números do negócio
TJ manda pagar honorários médicos em parto de alto risco