Luciano Vacari
A estruturação de uma cadeia nacional de produção de fertilizantes, baseada em inovação e tecnologia de ponta a ponta, pode gerar milhares de empregos e efeitos multiplicadores na economia, como renda, impostos e outros. Mas, os benefícios para a sociedade vão muito além. Reduzir a adubação nitrogenada é chave, por exemplo para garantir as metas de redução de gases de efeito estufa (GEE).
Para atingir tais metas, de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, investir em novas tecnologias que promovam desenvolvimento econômico e social e ainda melhorar a nossa já grandiosa produção agropecuária, está em andamento no Brasil um grupo interministerial para propor um Plano Nacional de Fertilizantes.
A pauta, que foi determinada por meio do Decreto 10.605/2021, busca fortalecer políticas de incremento da competitividade da produção e da distribuição de insumos e de tecnologias para fertilizantes no país. De acordo com o Decreto, isso deve ocorrer de forma sustentável e abranger adubos, corretivos, condicionadores e novas tecnologias, para diminuir a dependência externa e a ampliar a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional.
Atualmente, o Brasil é altamente dependente da importância das matérias-primas para a produção dos fertilizantes. Recentemente, a Neo Agro analisou o comportamento dos preços desses insumos e as altas são muito expressivas. Os adubos nitrogenados, que tem a uréia como base, quase dobraram de preço em um ano.
Fertilizantes são insumos essenciais para a garantia da produtividade da agropecuária brasileira. Sendo esse um setor responsável por quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a altíssima dependência deve ser estrategicamente reduzida.
É por isso que o trabalho do grupo interministerial criado para desenvolver esse Plano é tão aguardado por diferentes segmentos da sociedade. E um dos pontos mais essenciais a serem entregues é a redução da dependência da adubação nitrogenada. O Brasil já tem um trabalho excepcional com a Fixação Biológica do Nitrogênio, onde alguns microrganismos são capazes de fixar o nutriente nas raízes das plantas.
Mas é preciso mais. São necessárias metas de, mesmo com incremento da produção, a redução do uso de fertilizantes químicos nitrogenados. É um processo gradual e que pode ser de longo prazo, garantindo que as empresas e os agentes tenham tempo de se adaptar à mudança.
Há décadas, o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli pensou fora da caixa. Investiu em inovação e tecnologia e foi isso que fez o Brasil ser a potência agropecuária que é hoje. A dependência externa de importação de adubos nitrogenados é dramática. É urgente que se apresente um planejamento, uma meta e claro, os meios para conquistá-las.
*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e diretor da Neo Agro Consultoria.


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