Fátima Lessa - especial para o FocoCidade
A indústria de produção da vacina animal pode ser, neste momento de pandemia, a salvação do Brasil. Foi o que o senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da Comissão da Comissão Temporária do Senado Federal que acompanha as ações de enfrentamento à Covid 19, afirmou, nesta segunda-feira, 29, em entrevista coletiva híbrida - no final da manhã.
Para o senador o país vive um momento de guerra e, portanto, todas as ações tem que ser de guerra. “Temos que agir como sendo uma guerra. E é uma guerra. E nós estamos perdendo”, disse ele lembrando que o país já atingiu mais de 300 mil mortes de brasileiros e “se não tomarmos medidas corretas e emergenciais nós podemos dobrar esses números nos próximos meses”.
A coletiva aconteceu logo após a audiência pública no Senado que debateu a autorização e produção de vacinas por laboratórios brasileiros de produção de imunizante de uso animal na produção de vacinas contra o coronavírus.
A expectativa, segundo o senador é a produção de 400 milhões de doses adicionais de vacina.
Ao todo, segundo ele, seriam adicionados à produção três plantas industriais com certificado NB3+ que poderão transformar – com poucos ajustes – NB4 (maior nível de biossegurança).
Na produção da vacina haverá uma transferência de tecnologia e não uma quebra de patentes. “É apenas uma transferência da célula mãe e nós vamos pagar royalties por isso, para os laboratórios que desenvolveram e claro que vai custar muito menos para o Brasil”.
Fagundes entende que a produção por estes laboratórios é uma alternativa e provocaria, segundo ele, uma significativa "redução ou mesmo eliminação da atual dependência do Brasil em relação ao insumo básico, como o Imunizante Farmacêutico Ativo (IFA)".
O senador disse que mesmo que consiga autorização para a produção imediata da vacina, a importação continuará. “Na semana passada, o Senado fez uma Moção de Apelo à comunidade internacional para que venda vacina para nós”, informou ele, acrescentando que espera que os Estados Unidos da América tenha sensibilidade já que somos parceiros comercial e alinhados também”.
Embora a possibilidade da produção de vacina humana pelos laboratórios de produção da vacina animal só tenha sido divulgada há cerca de 10 dias, Fagundes que é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, tem participado de debates sobre o tema há mais de 90 dias.
“A situação é complexa”, disse ele, acrescentando que tem muita esperança que seja logo aprovada pois, “como disse o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) tão logo receba a célula mãe em 90 dias, a produção de vacina contra a Covid 19 sai.
Segundo ele, os laboratórios têm as condições de produzir a vacina. A iniciativa privada pode fazer. “A indústria não está pedindo dinheiro do governo, ela quer fazer, quer ajudar”, disse, mas acrescentou que o investimento "será bem menor do que o que se gasta atualmente".
O novo ministro
"Espero que o ministro tome atitudes corretas, inclusive humanitárias porque não dá para continuar nessa situação que tá. Temos que apoiar o ministro para que ele consiga tirar o país dessa situação. Agora a coisa agravou muito".
Vacinação em massa
O melhor forma de preservar vidas é produzindo a vacina. E buscar lá fora tá difícil.. faz uma programação e a vacina não chega. Então se ficarmos nessa situação, vamos chegar ao fim do ano sem ter a população vacina. Vamos continuar importando, buscar onde tiver mas se temos que produzir aqui no Brasil vamos produzir.
Falta decisão
Para finalizar, o senador disse que “falta é decisão” e “boa vontade” para começar a produção. “Não tem que ter interesse comercial acima de tudo”.
Mato Grosso
Com relação a Mato Grosso, ele disse que uma das primeiras medidas tomadas pela Comissão Temporária do Senado Federal de Enfrentamento à Covid-19, atendendo à bancada federal de Mato Grosso foi a aquisição de dois aviões da Força Aérea Nacional 340 cilindros de oxigênio para Mato Grosso, na semana passada.
Em tempo, até o momento da entrevista, apenas um ministro, o das Relações Exteriores - Ernesto Araújo, havia pedido demissão do cargo hoje (29). Até o início da noite de hoje, já circula na imprensa nacional um mapa maior de mudança no staff do Governo federal - em "reforma ministerial" - segundo o Portal G1.
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