Rafaela Maximiano - Da Redação
Desde setembro do ano passado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está pesquisando um sistema de votação online que possa ser usado pelo eleitor sem que ele tenha que sair de casa. O objetivo é que o voto possa ser dado pelo computador, tablet ou smartphone.
Através do edital "Eleições do Futuro", o TSE chamou empresas para apresentarem propostas de "soluções de evolução do sistema eletrônico de votação".
Até então nenhum resultado oficial foi divulgado pelo órgão e as discussões sobre voto eletrônico, voto em papel e voto on-line vêm à tona principalmente quanto à segurança do sufrágio universal.
Paralelo a este cenário o distanciamento social e o “novo normal” imposto a todo o mundo pela pandemia da Covid-19, está fazendo os países, empresas e diferentes setores a repensarem os sistemas já existentes de trabalho, viagens, reuniões sociais, etc.
O político mato-grossense, ex-prefeito de Cáceres, Francis Maris (PSDB), questiona e compara com outras tecnologias o voto online.
“Em função da tecnologia muitas coisas avançaram, drones, veículos teleguiados, satélites que funcionam via online. Se fizermos a comparação na época em que o homem foi à lua os computadores tinham menor potência que um celular hoje. Temos uma tecnologia fantástica à disposição, todos os procedimentos bancários atualmente podem ser realizados pela internet. Não será a hora de propor ao TSE o voto por aplicativo de celular? Não haveria aglomerações, nem filas, etc, bem como acredito deve baixar o custo do processo eleitoral. Na minha opinião a democracia sairia fortalecida”, avalia.
Professor de direito e advogado, Hélio Ramos, não é contra a tecnologia, porém deixa claro que um novo método de votação deve apresentar segurança.
“Hoje a população tem desconfiança do atual sistema de votação eletrônico, mesmo o TSE mostrando sua segurança. Mas é verdade que já fazemos todas as nossas transações financeiras via internet, portanto, também é possível existir um aplicativo com segurança e transparência”, acredita.
O jurista também pondera que uma discussão popular sobre o sistema de votação no momento de polarização em que vivemos geraria “grandes brigas”. “Lógico que é um tema polêmico e vai dar inúmeras discussões, brigas devido aos contrastes a favor e contra”, pontua.
Francis Maris também avalia o fato da polarização e acrescenta a questão do crime da compra de votos no país.
“A prática de compra votos no Brasil é endêmica. Não adianta tampar o sol com peneira. É lógico o sistema que eu pensei, o eleitor vai ter o comprovante de ter votado, como é hoje. Eu penso que infelizmente a compra de votos sempre teremos, até o dia que o eleitor brasileiro ver que o crime não compensa. Pois quando ele vende seu voto, ele vende tudo: sua dignidade, ética, respeito, saúde, educação, serviços públicos de qualidade e políticos honestos. Sobre esse ponto de vista o sistema de votação não seria o culpado pela venda de votos, mas sim o eleitor brasileiro”, conclui.
Em tempo, o tema foi amplamente debatido no grupo de WhatsApp do fococidade, nesta segunda-feira (15).
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Operação no interior: PC derruba ponto de tráfico e prende suspeitos
PEC da blindagem é aprovada por deputados e vai ao Senado
Energisa na mira: Wellington e deputados debatem concessão
Setembro Amarelo Não Funciona
Cartão do SUS será unificado com dados do CPF do usuário
Medicamentos GLP-1 e Tirzepatida: mais do que remédio, uma nova forma de cuidar da saúde
TJ manda companhia aérea pagar indenização de R$ 10 mil a passageiro
Riscos penais para empresas: o que está por trás do aumento de buscas e apreensões e como isso pode afetar a reputação do seu negócio
Soberania de dados: o novo campo de disputa geopolítica que ameaça empresas brasileiras
Rio Teles Pires: MP quer plano para desativar Usina Hidrelétrica