Rafaela Maximinano - Da Redação
Rondonópolis tem o segundo maior produto interno bruto (PIB) do estado de Mato Grosso e está localizada estrategicamente no entroncamento das Rodovias BR-163 e BR-364, ligação entre as regiões norte e sul do país. Por estas vias são transportadas toda a produção agrícola e industrial para os grandes centros metropolitanos e portos do país.
Com uma importante localização geográfica, a cidade tem apostado na industrialização e a diversificação de segmentos industriais tem gerado títulos importantes para o município: maior polo de esmagamento, refino e envase de óleo de soja do Brasil, maior polo misturador de fertilizante do interior brasileiro, maior produção estadual de ração e suplementos animais, frigoríficos com padrões internacionais e prepara-se para se consolidar como um dos principais polos têxteis do centro-oeste.
Diante desse quadro o FocoCidade entrevistou o prefeito reeleito de Rondonópolis, José Carlos Junqueira de Araújo (Solidariedade), conhecido também como ‘Zé do Pátio’. Ele e seu vice, Aylon Arruda (PSD), conquistaram 44.605 mil votos.
Na Entrevista da Semana, o gestor municipal afirma que pretende intensificar o crescimento da cidade e no setor empresarial, aliado com projetos sociais. “Vamos investir em qualificação profissional, infraestrutura, tecnologia e desenvolvimento humano, como incentivo para o crescimento da produção agropecuária, da indústria, do comércio e do turismo, gerando emprego, renda e qualidade de vida a todos que aqui vivem e investem”.
Professor licenciado pela Universidade Estadual de Mato Grosso, José Carlos do Pátio foi vereador de Rondonópolis por três mandatos consecutivos, assim como Deputado Estadual. Coleciona também dois mandatos como prefeito, 2009-2012; 2017-2020. Agora, na sua terceira gestão afirma que irá priorizar os setores de infraestrutura e de saúde. “Este é o momento de Rondonópolis mas também é o momento de Mato Grosso e estou muito orgulhoso da minha cidade e de poder contribuir com o Estado”.
Confira a entrevista na íntegra:
Qual o balanço que o senhor faz da sua campanha eleitoral e o que foi fundamental para a vitória na sua opinião?
O principal motivo foi que nós estamos cumprindo metas importantes na nossa gestão no município de Rondonópolis. Hoje é a primeira cidade do Estado que tem aterro sanitário, usina de reciclagem de lixo, 93% de cobertura de rede de esgoto e é uma cidade sustentável. Temos políticas públicas diferenciadas e a sociedade está dando respaldo para a nossa gestão.
É lógico que esse respaldo aumento a minha responsabilidade como gestor de trabalhar dobrado. A cidade está se tornando uma referência e acredito que no próximo censo seus indicadores sociais estarão em destaque e serão referência para o país.
Quais as áreas do município que o senhor entende que precisam de mais atenção?
Uma área que sempre achei que precisava mais atenção é a infraestrutura básica. Mas hoje pelo ritmo que estamos acredito que resolveremos esse problema nesse próximo mandato e com rapidez.
O que é essa infraestrutura básica: Rondonópolis é uma cidade espalhada, 50% é de áreas não edificadas. O custo de uma cidade assim é muito alto, onde a especulação imobiliária é grande. Não tem muito pavimentação asfáltica, tem bairros que existem há 30, 40 anos e não tinha asfalto. Nós estamos hoje com mais de 10 frentes de asfalto aqui na cidade. Eu acredito que nesse próximo mandato, em pouco tempo vamos garantir essa infraestrutura básica na cidade tanto na área de drenagem quanto na pavimentação asfáltica.
O que as pessoas podem esperar do seu governo para os próximos 4 anos? O que não foi feito e que agora será concretizado?
A principal prioridade minha nos próximos quatro anos será a saúde. Nessa gestão que encerra também foi minha prioridade, mas os investimentos em saúde pública continuará sendo minha prioridade número um na próxima gestão.
A atenção básica está com cobertura de 80%. Para se ter uma ideia estamos construindo 17 unidades básicas de saúde. É o trabalho na ponta para o cidadão com atenção básica. Acabamos de comprar um hospital, estamos implantando três UTIs na cidade de Rondonópolis. Eu quero melhorar a estrutura das nossas clínicas. Praticamente quase zeramos as cirurgias eletivas, exames, consultas, mas sabemos que isso é dinâmico: a sociedade está sempre precisando, e, nós temos que criar uma rotina para termos mais eficiência no atendimento na área de saúde para a população ter também confiança nessa política pública de saúde municipal. Então, eu vou continuar investindo na saúde pública do município de Rondonópolis como prioridade.
Sobre o orçamento municipal, como Rondonópolis encerra o caixa em 2020?
Redondo. Cumprimos a lei de responsabilidade fiscal com aplicações dos limites constitucionais muito além do previsto. O município encerra o ano de uma forma organizada por que nós otimizamos o dinheiro público. Ampliamos os recursos públicos por exemplo, na área de investimentos e enxugamos a máquina nesse primeiro mandato.
Para se ter uma ideia, só no meu gabinete deixei de contratar 59 funcionários, se comparado com o que tinha na gestão anterior. Enxuguei em todas as secretarias cargos comissionados para que pudéssemos investir mais na ponta.
Com essa economia estamos construindo 17 creches e cinco escolas de educação infantil. O nosso propósito é universalizar a educação infantil de 4 a 6 anos, e, começar um projeto para que outros gestores deem continuidade também para universalizar a educação infantil de 0 a 3 anos. A criança não pé só responsabilidade da família, ela é responsabilidade também do Estado e nós como Prefeitura que representa o Estado, o Poder Públicos, temos que proteger a criança desde o seu nascimento.
Que avaliação faz dos vereadores eleitos e como vai ser sua relação com o Legislativo?
Eu fiquei muito feliz porque dos 13 vereadores mais votados em Rondonópolis, 11 foram da nossa coligação. E, o meu partido, o Solidariedade elegeu os mais votados. Foi um resultado positivo e acredito que a sociedade foi muito carinhosa comigo, e isso só aumenta a minha responsabilidade. Hoje, por exemplo, cheguei na prefeitura 4h45 da manhã e todo dia chego nesse horário, porque eu quero trabalhar muito para responder tudo isso. Eu fui eleito agora para o meu 10º mandato pela cidade então é porque há um respeito na cidade para com o político, o que também aumenta a minha responsabilidade, o meu comprometimento e o meu sonho de colocar Rondonópolis com os melhores indicadores sociais do país: reduzir a mortalidade infantil, aumentar a renda média do trabalhador, ampliara a longevidade da nossa população, aumentar a média de escolaridade, reduzir o analfabetismo. Eu não meço uma cidade pelo seu tamanho e sim pela qualidade de vida do seu povo e tenho certeza que nossos vereadores nos ajudarão a alcançar estes objetivos.
Como o senhor pretende atuar para conseguir trazer recursos de outras esferas, como o Governo do Estado? Como está a relação com o governador Mauro Mendes?
Nossa relação com o governador Mauro Mendes é muito positiva. A vantagem é que toda a classe política de Rondonópolis e do Mato Grosso está unida em torno da cidade. E, com o apoio do governador, tenho certeza que vamos avançar muito nas políticas públicas. Tive uma audiência com o governador e a presença da deputada Janaína Riva, do deputado Nininho e o deputado Wilson Santos, o vice-governador, o secretário de governo Mauro Carvalho e várias lideranças. Nessa reunião o governador falou que vai priorizar as políticas públicas para os municípios de Mato Grosso.
O que pode ser dito do seu vice Aylon Arruda e o que espera dele na gestão?
Ele será o chanceler, o ministro das relações exteriores do governo. Ele que vai já em janeiro em Arapongas visitar a Nortox, que é a maior empresa na área de inseticida da América Latina e queremos uma retomada da sua instalação no nosso município. Também vai, já em janeiro, em Chapecó, visitar a cooperativa Aurora, uma referência de cooperativismo. Em Votuporanga em São José do Rio Preto, visitar a Facchini, se ela não quiser vir definitivamente para cá nós vamos trabalhar a Noma, outra empresa na área de implementos rodoviários. Isso porque Rondonópolis é a capital do bitrem e essas empresas trabalham com carrocerias e equipamentos para veículos pesados. Pelo Aylon ser do setor empresarial trabalhamos no sentido de ele vender esse produto chamado Rondonópolis, que é uma cidade sustentável, estruturada, com praticamente quase 100% de rede de esgoto, que é público o sistema. Agora estamos colocando iluminação em led na cidade, estamos remodelando as principais vias e artérias para ter mais trafegabilidade, cidade nova e organizada. Estamos preparando a cidade também para ser um polo tecnológico com universidades e cursos e consequente grande polo industrial de Mato Grosso e nosso vice terá esse papel para alcançar esse objetivo.
Sobre a retomada da economia, em decorrência da pandemia da Covid-19, como suprir as necessidades da população, tanto na área da saúde, quanto na economia, com a manutenção da crise econômica e a geração de emprego e renda?
Primeiro é esse gesto de fazer que meu vice viaje o Brasil para vender Rondonópolis e em segundo lugar fomentar o comercio local e a prefeitura faz sua parte mantendo as contas em dia, seja para funcionários ou fornecedores. Nos próximos dias pagamos o 13º salário do funcionalismo público municipal e também o salário de dezembro antes do natal, para movimentar o comercio. Precisamos fechar o ano com positividade depois de tudo pelo que passamos por causa da pandemia, resgatar a autoestima do povo.
Quanto à investigação do MPE sobre superfaturamento e outras irregularidades em aquisição de materiais de consumo na prefeitura de Rondonópolis, o que pode ser dito?
Na primeira investigação que ocorreu eu sequer comprei os materiais citados. Eu vi vários veículos de comunicação sensacionalistas, e fazendo campanha contra a cidade de Rondonópolis e contra nós. Na verdade, nós sequer compramos o material investigado por essa operação, que era material de limpeza e papel higiênico.
Agora, na segunda operação que investigavam a compra de EPIs, nós também não compramos. O que estou querendo dizer é que se não houve a compra, não houve o objeto e não tinha motivo para fazer a operação. É no mínimo estranho isso que aconteceu, mas a sociedade foi extremamente justa tendo em vista a nossa votação que foi a mais expressiva em Mato Grosso. Demonstra a confiança e a credibilidade que a sociedade tem na nossa pessoa e que essas operações são no mínimo estranhas. Porém respeitamos as decisões e continuamos trabalhando pelo interesse da cidade.
Considerações finais...
A nossa cidade pelas políticas públicas que desenvolvemos nos últimos anos e continuaremos. Hoje, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostra que Rondonópolis é a cidade, entre 200 e 300 mil habitantes, que mais gerou empregos no Brasil, nas áreas de serviços, indústria, comercio, agricultura, mesmo na crise nós tivemos esse dado positivo.
Quero dizer também que nós estamos otimistas não só com Rondonópolis, mas com todo Mato Grosso. O Estado está tendo uma leva com bons gestores, prefeitos, e, acho no censo de 2022 que será apurado o ano que vem elevará Mato Grosso de 11º nos indicadores sociais para 8º, encostando em Minas Gerais. Vai passar Goiás, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Com destaque para Lucas do Rio Verde, Cáceres, Pontes e Lacerda, Barra do Garças, Primavera do Leste, Sorriso, Rondonópolis e Cuiabá que estão todos com indicadores muito positivos.
Inclusive Cuiabá, onde seu povo tem que ter mais orgulho e auto estima da sua cidade. Poucos cuiabanos sabem que Cuiabá já passou Campo Grande em indicadores sociais e está entre as 100 melhores cidades do país em indicadores sociais. É muito importante que este é o momento de Rondonópolis mas também é o momento de Mato Grosso e estou muito orgulhoso da minha cidade e de poder contribuir com o Estado.
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