Rafaela Maximiano - Da Redação
Uma caixa de papelão com colchão e lençol para acolher o bebê nos primeiros meses de vida. O objetivo é delimitar o espaço da criança dentro do berço para evitar que ela se vire e se sufoque ou até seja esmagada pelos pais quando é colocada na mesma cama para dormir, a chamada síndrome da morte súbita do lactente (SMSL).
A ideia simples e que salva vidas é empregada pelo Hospital Beneficente Santa Helena de Cuiabá, que desde 2018 desenvolve o projeto “Primeiro Berço – Caixa do Tesouro”.
A semente de um projeto não nasce em um solo árido.
“Nesses dois anos distribuímos 18.176 berços em parceria com a Unimed Cuiabá – ProUnim. É o resultado de um esforço coletivo, voluntário, na busca da concretização de um sonho. O programa é inspirado em um projeto que teve seu início no período pós Primeira Guerra Mundial na Finlândia, visando a proteção contra o frio extremo em período de grande miséria. Com passar do tempo, observou-se a diminuição considerável dos índices de mortalidade infantil por congelamento e também por mortes devido ao esmagamento e sufocação de crianças de tenra idade que dormiam junto a seus pais”, detalha o médico e diretor do Hospital Beneficente Santa Helena, Marcelo Sandrin.
As famílias dos recém-nascidos recebem o kit contendo além do berço, colchão, lençol, lenço umedecido, fralda de tecido, cueiro, sabonete, shampoo, brinquedo e um manual de instrução.
“A entrega ocorre após a alta hospitalar e é realizada pelo funcionário do setor. Os pais são orientados sobre a utilização correta do berço, inclusive a não descartar a caixa, mas que este seja utilizado para a guarda de brinquedos, roupinhas, fotografias e outros objetos, na intenção de que a criança tenha memória afetiva de sua infância. A intenção é que ela replique o gesto de solidariedade que lhe foi benéfico e um dia seja ela quem possa estar à frente de projetos como este do qual tanto nos orgulhamos, explica Sandrin.
O desafio agora para o Hospital Santa Helena de Cuiabá, instituição filantrópica de referência para gestantes de baixo e alto risco, o qual também encampa os projetos “Rede Cegonha”, “Canguru” e “Hospital Amigo da Criança”, de responsabilidade do Governo Federal, é angariar empresas parcerias e doadoras para continuar a distribuição da “Caixa do Tesouro” a 100% das mães que saem da maternidade.
“A semente de um projeto não nasce em um solo árido. Ao contrário, ela germina de uma ideia construtiva e exequível, mas que demanda um ato de coragem, de demonstração de iniciativa e de disposição à empatia. É preciso desprendimento para abandonar a rotina, o comodismo e o egoísmo a fim de servir ao outro, sem requerer nada em troca. O voluntariado é bem-vindo não somente na manutenção onerosa do projeto, mas também na montagem dos berços”, revela o médico.
No período de julho a dezembro de 2018, foram entregues 3.822 berços. Em 2019 de janeiro a setembro foram distribuídos 6.412, e em 2020, 7.942 totalizando 18.176 berços entregues à população mato-grossense.
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