Alfredo da Mota Menezes
O transporte de grãos pela rodovia 163 se mostra uma grande alternativa. Dali se vai ao Arco Norte, portos como Miritituba, Itaqui e Santarém. Mais de 30% de soja ou milho já saem por aquela alternativa. Com isso deve aumentar a produção de grãos na área entre Sinop e Lucas do Rio Verde.
E aí entram também as conversas e esperanças sobre duas ferrovias para aquela região. A Ferrogrão vai subir para o Arco Norte. O grande problema seria a carga de retorno. Muito para levar e pouco para trazer, a não ser fertilizantes e pesticidas.
Será que a Rumo Logística sairia também por aqueles portos do Norte ou iria buscar cargas no Nortão para levar para Santos? Ficaria muito mais longe por Santos.
A alternativa desta ferrovia para o Nortão passou a ser vista com mais cuidado depois que a Assembleia Legislativa aprovou a medida que dá poderes para o governo do estado fazer a concessão do trecho dentro do estado. Alterou o jogo, pois a concessão seria dada somente pelo governo federal.
Se o governo estadual der a concessão a Rumo irá de Rondonópolis para o Norte do estado. Daí a pergunta: ela subiria também ou levaria toda carga para o porto de Santos? Iria competir com a Ferrogrão no mesmo rumo do norte? Será que teríamos duas ferrovias competindo entre si por cargas ali pelo Nortão? Seria uma enorme novidade no Brasil.
Quem diria que Mato Grosso poderia ter três ferrovias diferentes? Rumo, Ferrogrão e a Fico no Araguaia. No passado, quando a ferrovia chegou a Campo Grande, no Mato Grosso inteiro ainda, houve frustação neste pedaço do estado, principalmente em Cuiabá.
Ferrovia, naquela altura da vida nacional, era vista como a grande alternativa de transporte de cargas e gentes. No sul do estado chegara uma que ligaria a São Paulo e ao porto de Santos, aqui nada.
Diante dessa frustação, nasce o desejo de trazer uma ferrovia para a região. Ferrovia entrou no discurso politico, viés que satisfazia o cuiabano com essa esperança futura. E, se a Rumo descer a serra, na direção do Nortão, até que enfim, passaria por esta região.
A coluna volta a um ponto comentado antes. Com três ferrovias no estado tem um dado que deveria ser observado. Em São Paulo, na época áurea do café, foram surgindo ferrovias para lugares diferentes, levando cargas para Santos e dali para o exterior. Depois que a euforia da produção cafeeira passou, as ferrovias paulistas foram perdendo utilidade, a maioria virou praticamente sucata.
Se MT for seguir o mesmo modelo paulista de levar bens in natura para este ou aquele lado, sem cargas de retorno, ou sem bens de uma agroindústria, pode-se no futuro repetir aqui o que houve naquele estado.
Será que tem estudo ou planejamentos sobre esses aspectos futuros de Mato Grosso? Ou está indo tudo na banguela?
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
E-mail: pox@terra.com.br Site: www.alfredomenezes.com


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