Rafaela Maximiano - Da Redação
A divulgação de que as aulas da rede estadual de ensino devem retornar, de maneira remota, em agosto, gerou preocupação por setores da sociedade como o Sindicado dos trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). Entre as preocupações está a falta de acesso a computadores e internet por parte de alunos e professores; falta de treinamento à plataforma digital que será utilizada e como as avaliações serão realizadas - como pontua o sindicato.
Segundo o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, os questionamentos não param por aí. “Entendemos que o Estado está transferindo a responsabilidade ao professor que trouxe a sala de aula para dentro da sua casa. Isso causou vários transtornos para o professor que não estava preparado tecnologicamente e também como a invasão da sua privacidade, pois o professor tem que estar 24 horas por dia e sete dias por semana à disposição do aluno para responder dúvidas via WhatsApp”, afirmou.
O advogado Paulo Lemos concorda com o sindicalista e afirma que a pandemia trouxe também recessão financeira e isso ocasionou por parte das pessoas corte de gastos em serviços de internet.
“Algumas famílias não têm condições de pagar a conta de luz, muitas deixaram de pagar serviços de internet e até venderam computadores, como assistirão aulas online. Por que não optamos por aulas pela TV? Alguns Estados adotaram esta medida, uma vez que toda casa possui aparelho e acesso à TV aberta. Me parece que o Governo não fez o um planejamento estratégico para o retorno das aulas neste período de pandemia”, disse.
Já o professor Graziano Uchôa, questiona que os materiais didáticos já poderiam ser disponibilizados em forma digital para se evitar contato das pessoas nas escolas. “Também vejo que a economia que o Governo teve nesse período de pandemia deveria ser revertido em capacitação aos professores sobre esta nova plataforma. As aulas serão retomadas e os professores não tem conhecimento dela”, considerou.
Para eles, as aulas de forma remota estão sendo impostas pelo Governo do Estado o que geraria exclusão digital na educação e violaria a dignidade e cidadania de alunos e professores.
“Estas conclusões foram inclusive tema de uma live que realizamos no canal do apresentador Jean Borsatti”, lembrou o advogado Paulo Lemos, que também defende um auxílio emergencial aos professores contratados.
“Esses profissionais denominados interinos, que não têm empregos fixos já se dedicaram muito pelo Estado e alunos e não podem ser esquecidos. Entendo que devido à pandemia o ano letivo não está sendo normal mas é preciso olhar pela categoria e planejar melhor esse retorno das aulas, mesmo que o ano letivo se estenda até 2021”.
Outro lado
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação, analisa o assunto - em resposta aos questionamentos.
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