• Cuiabá, 30 de Julho - 2025 00:00:00

João Edisom aponta prós e contras na performance do presidente e alerta: não é normal a falta de educação


Da Redação

O quadro de reações sobre a performance do presidente Jair Bolsonaro provoca debates e pontos de vista que consideram o intuito de se buscar avanços, mas que precisa ser moldado num ambiente condizente, por exemplo, às relações políticas – leia-se a internacional.

Ao contextualizar o campo das decisões de Bolsonaro tomando como base itens como “radares móveis” e ainda a política dirigida ao meio ambiente, o analista político entrevistado pelo FocoCidade, João Edisom, aponta prós e contras, numa linha tênue em que deve ser observado ainda o poder da “educação” ou falta dela. Confira:

Radares   

"A questão do trânsito no Brasil, o negócio dos radares é um negócio maluco. O trânsito no Brasil não foi feito, e as pessoas não tem preocupação com educar as pessoas para dirigir. Tem preocupação realmente que o trânsito seja confuso, uma série de problemas, porque gera lucro, é uma forma de ganhar dinheiro. Empresas que participam, e essas empresas pagam propina para gente com mandato. E gente com mandato é dona dessas empresas, é uma bagunça. Eu não sei dizer se suspender todos os radares, radares móveis, vai ser a solução mas alguma coisa tem que ser feita."

Armadilhas

"Eu penso que a partir dessa polêmica, as coisas podem ser resolvidas, porque o que existe nas estradas são verdadeiras armadilhas para roubar pessoas, tanto nos radares móveis quanto nos radares fixos. Posso citar para você, só em Mato Grosso sem exemplo maluco de radar, sem colocar especificamente multar pessoas. Vou citar dois ou três exemplos: um na 163 perto do entroncamento que entra para Colíder indo para Santa Helena, tem uma placa 80 KM/hora e depois tem uma a 60 KM quase dentro de um posto de combustível, onde os caminhões param e ninguém enxerga, e um radar de 60 KM na frente. Se um dia você não parou para abastecer e apenas passar na estrada, você vai ser multado. Outro exemplo, em General Carneiro, você entra na cidade, e dentro da cidade existem dois radares fixos de 60 KM/hora. Quando você sai da cidade tem um de 40KM/hora num local que já não tem mais ninguém."

Terra de ninguém

"Então é uma armadilha. Os radares móveis, está acontecendo o seguinte: os policiais estão se posicionando em locais aonde é saída do fluxo de veículos, então normalmente a pessoa está indo acelerando, terminou de podar alguma coisa. São armadilhas. Tem que dar um basta nessa questão, agora também não pode ficar ‘terra de ninguém’. Depois da questão da suspensão tem que ter um período e tem que fazer uma rediscussão. Nem acredito que tirando os radares móveis vai piorar os acidentes. Pior do que já é, acho difícil ficar."

Questão ambiental

"Quanto a questão ambiental, não dá para discutir ela fora das brigas do presidente Bolsonaro. O presidente Jair Bolsonaro, ele está comprando um conjunto de frentes de brigas que terão consequências severas, já está tendo do ponto de vista financeiro. Mas o aperto pode ser um pouquinho mais para a frente. Aí eu entendo que está faltando realmente educação, não é o que ele diz que é errado. A forma como diz se torna extremamente errado. Nós temos que defender sim as nossas fronteiras, defender nossas riquezas, o direito de produção, um conjunto de coisas. Da forma que ele faz, não. A gente tem que entender que é muito difícil ter uma defesa dura, severa, de uma defesa mal-educada. O resultado da falta de educação na hora de se expressar é sempre negativo. Ninguém consegue avançar utilizando esses meios."

Relações diplomáticas

"Nós já estamos com um problema sério possivelmente com a Argentina, porque não vai ser fácil reverter o player na Argentina, não temos mais relação com a Venezuela, não temos mais uma boa relação com a China porque já foi criada uma situação difícil, agora também não vamos ter relação com a Europa, que já encrencamos com a França, com a Alemanha, com a Noruega, a Inglaterra já nunca gostou muito da gente, ou seja, daqui a pouco o nosso mercado vai ser os Estados Unidos e Israel num mercado globalizado. Então a questão não está em ter razão e não ter razão, essa questão é muito mais profunda. É questão de relações diplomáticas que se estabelece nos embates com os países."

Falta de educação

"O enfrentamento à negociação, ela é normal. O que não é normal é o xingamento, a falta de educação. Eu vejo isso como um problema muito sério, que vai refletir de forma negativa lá na frente. É muito preocupante quando envolve essa questão ambiental, porque quando a gente fala da questão ambiental, não se fala só do extrativismo, fala da produção de alimentos também. E aí o Estado que pode mais sofrer o impacto de todo esse desaflorar de palavrões, de briga, de patada para um lado e outro, pode ser justamente o Estado de Mato Grosso."

Consequências

"Não dá para medir as consequências disso, a gente está verificando a questão da retirada. Essa retirada de valores, de benefícios, ela vai impactar um pouco na fiscalização. Tudo bem, se for só na fiscalização, OK. Mas na medida que ela impacta na fiscalização, pode ser que tenhamos boicotes nos nossos produtos, mesmo aqueles que são produzidos de forma correta, porque eles não vão fazer seleção entre a fazenda do seo João, que está na área da Amazônia aí acima do paralelo 13 por exemplo, está em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, já é região Amazônica, e nem estou falando de Sorriso lá para frente. Eles vão fazer diferença daí ou do Humaitá no Amazonas. Então é um problema muito sério, é preciso medir as consequências. Estou convicto que é muito leviano a forma chula que o presidente em si está tratando isso." 




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