Da Redação
Num duro discurso proferido da tribuna nesta quinta-feira, 16, o senador Wellington Fagundes (PR-MT), líder do Bloco Parlamentar Vanguarda, formado pelo DEM, PR e PSC, criticou as palavras do presidente Jair Bolsonaro sobre a manifestação realizada pelos estudantes e professores, em protesto contra o corte no Orçamento do Ministério da Educação. A medida atinge universidades, institutos federais e também investimentos no ensino básico.
Wellington disse que “é um direito legítimo do cidadão se manifestar ordeiramente” e afirmou que os protestos ocorridos foram ordeiros. Ele discordou da posição do presidente da República, que, dos Estados Unidos, afirmou que o movimento que levou milhares de pessoas às ruas na quarta-feira (15), em mais de 160 cidades brasileiras, seria formado por “idiotas úteis”.
“Eu penso que não. Acho que agora mais do que nunca é hora do diálogo. Já estamos aqui numa crise permanente, uma crise política e uma crise econômica ao mesmo tempo. E, claro, nós temos que resolver primeiro essa crise política” – apontou.
A dificuldade fiscal do país, de fato, segundo o senador, exige medidas de corte. Todavia, em outras áreas. Para ele, “fechar uma escola jamais”. “Impedir que os alunos tenham oportunidade de estudar, seja no ensino básico, seja numa universidade, seja também nas escolas técnicas, é sangrar e às vezes até acabar com a esperança de milhares de pessoas” – disse o republicano.
Em apoio às manifestações, Fagundes ressaltou que o protesto dos jovens brasileiros, estudantes, professores e servidores da educação traz não só preocupação ao Parlamento, mas, acima de tudo, “o compromisso do apoio para que o Governo reveja e principalmente não faça, não transforme a educação brasileira numa luta ideológica sem fim”. Segundo ele, a classe política quer e cobra “gestão eficiente” para se possa “promover esperança” para a juventude.
Os senadores Styvenson Valentim (Podemos-RN) e Álvaro Dias (Podemos-PR) manifestaram apoio ao seu posicionamento. Wellington Fagundes lembrou que na condição de relator da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) em 2017, fez questão de constar no texto final do seu relatório aprovado, na parte referente ao Teto dos Gastos, que estava vedado contingenciamento orçamentário para as áreas de saúde e educação. Além disso, ambas teriam o Orçamento Fiscal corrigidas pelo IPCA.
Debate ideológico
O senador Wellington Fagundes também condenou o encaminhamento do Governo Bolsonaro para o campo ideológico. Segundo ele, “as eleições já foram ganhas” e que “a população não quer saber mais” desse nível de discussão até em face ao pluripartidarismo que reina no país. “Não sabemos nem dizer quantos partidos, se 34, 33, e já há outros partidos, no TSE, para serem criados” – frisou.
Buscando traduzir o sentimento das bases, Fagundes ressaltou que o cidadão hoje quer saber do que está sendo feito para melhorar a qualidade de vida. “O cidadão que está lá, no sítio, tirando o leite para matar a fome nas grandes cidades, se não há estrada, ele fica revoltado, e com direito. Se ele quer levar o seu filho para a escola e não tem um atendimento ideal para o seu filho, ele vai ficar revoltado” – ilustrou, ao convocar os congressistas a exercerem o papel de assegurar “aquilo que é bom para a população brasileira, e educação e saúde são fundamentais, não temos dúvida”.
Com Assessoria
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