Eduardo Gomes
Bezerra deixa Wellington por Mauro. Brito troca Riva por Pedro. Pivetta dá adeus ao governador e se junta a Jayme. Valtenir agora está com Mauro, mas até a eleição poderá mudar de lado. Oscar Bezerra sai do PSB pelo PV e Allan Kardec abandona o PT pelo PDT. Serys vive no quarto ou quinto partido. José Medeiros faz turismo partidário. Percival perde o PDT. Galli poderá ficar com esse ou aquele. De olho no Senado, Fávaro deixa a vice-governadoria. Neurilan renuncia ao Conselho de Ética do PSD. Ságuas quer Wellington e Lúdio defende Edna. Maria Lúcia é comunista, mas flerta com os republicanos. Pedro perde dezenas de aliados e insiste que a contramão é deles.
De longe vejo o vaivém entre as siglas, movimentação essa que após o primeiro momento, quando ninguém aposta no resultado da eleição, é de ganhar sentido preferencial em direção àquele que despontar nas pesquisas e der sinais de que esteja com a faca e o queijo na mão.
O descompromisso não é somente partidário, mas é preciso reconhecer que para a grande maioria sigla tem menos peso do que a palavra siga (para outra legenda). Assim é que Valtenir, Medeiros e outros colecionam filiações partidárias.
Dois dos maiores caciques mato-grossenses no pós-divisão territorial, Bezerra (MDB) e Júlio Campos (DEM) não mudam de partido e nem precisam fazê-lo. Quando querem, ambos levam consigo suas legendas, como acabam de fazer, botando-os no mesmo palanque, assim como procederam em 1998, sem sucesso para ambos.
A rigor, restam somente os nanicos comunistas, que não costumam trocar de sigla, muito embora o façam, como nacionalmente aconteceu com Aldo Rebelo, que deu bilhete azul aos camaradas do PCdoB e saltou no colo do PSB e depois do Solidariedade. Por aqui, saíram do PT: Allan Kardec, para o PDT; Brunetto, para o PSB: Serys para algumas siglas.
Não vejo ganho democrático nesse barganhismo. Ao contrário, entendo que seja prejudicial à credibilidade partidária e a classe política, mas, por sorte dos adesistas, tudo acontece dentro dos preceitos legais – imoralidade à parte.
Em muitos casos, quem parte xinga aquele que fica e em contrapartida também recebe bons xingamentos. Acho que isso é salutar para a formação de juízo sobre o voto. Longe de apontar o dedo para esse ou aquele político, porque até prova em contrário todos são honestos, mas de modo geral e que me permita Dr. Ulysses Guimarães, a população precisa adotar uma de suas frases memoráveis, que diz: “quando dois corruptos brigam, a gente dá razão a ambos”. No legado de sua bagagem de sabedoria o Senhor Diretas nos deixou essa, que nos deve motivar a cobrar resposta do ofendido aos ataques sofridos. Quem sabe nessas brigas encontremos a direção que nos leve ao bom voto.
Eduardo Gomes de Andrade é jornalista
eduardogomes.ega@gmail.com


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