• Cuiabá, 08 de Março - 00:00:00

Saneamento, substantivo também feminino

A trajetória das mulheres no saneamento brasileiro é parte de uma história recente, mas que, aos poucos, tem se consolidado como essencial ao setor, predominantemente masculino. Quando olho para minha própria jornada, vejo que o saneamento foi uma escolha natural. Meu avô materno, encanador, e meu pai, operador de Estação de Tratamento de Água (ETA), foram minhas principais referências e inspiração.

A trajetória das mulheres no saneamento brasileiro é parte de uma história recente, mas que, aos poucos, tem se consolidado como essencial ao setor, predominantemente masculino. Quando olho para minha própria jornada, vejo que o saneamento foi uma escolha natural. Meu avô materno, encanador, e meu pai, operador de Estação de Tratamento de Água (ETA), foram minhas principais referências e inspiração.

Desde criança, fui rodeada por histórias que envolviam a importância deste serviço. A convivência e a familiaridade com o assunto me levaram à faculdade de Engenharia Química, onde logo percebi que a presença feminina, especialmente em áreas como a construção pesada e o saneamento, era rara. Ali, o primeiro grande desafio estava posto: construir carreira em um ambiente em que minhas colegas e eu éramos minoria.

Ao longo dos 17 anos de trabalho os desafios foram vários, mas acredito que o enfrentamento a cada um deles contribuiu para aumentar a confiança de outras mulheres que, assim como eu, escolheram atuar no segmento. Hoje, como diretora operacional da Águas Cuiabá, me orgulho ao ver o número de mulheres crescendo no setor em todo o país, ocupando funções operacionais e posições de liderança.

A tripla jornada é rotina para muitas de nós. Conciliar a vida pessoal e profissional não é fácil, mas nossa flexibilidade e resiliência nos tornam verdadeiras heroínas do dia a dia, realidade compartilhada por profissionais de todos os setores. O saneamento, serviço essencial e complexo, traz desafios diários intensos. A responsabilidade de lidar com questões que afetam diretamente a saúde e a qualidade de vida de toda uma comunidade exigem não apenas comprometimento técnico, mas também emocional.

Atualmente, somos 142 mulheres na empresa, das quais 17 ocupam cargos de liderança. Entre elas, Aline, que comanda a operação do sistema de distribuição de água; Isis, responsável pela qualidade da água fornecida; Taís, que garante a manutenção da rede de esgoto. A Bruna está a frente de um dos nossos principais pilares, o meio ambiente. No atendimento ao cliente, a Roseli e a Kathyusa e na aproximação da comunidade, a Ana Lana. No cuidado com nossos colaboradores, a Angélica, e no fortalecimento da visão da sociedade sobre a importância do nosso trabalho, a Ana Cristina. No setor de Facilities, Julia garante a infraestrutura necessária para o nosso funcionamento, enquanto Cristiane lidera o controle orçamentário e administrativo. Juntas, contribuímos com a transformação do saneamento cuiabano, hoje nacionalmente reconhecido por sua qualidade.

Na Águas Cuiabá, temos orgulho de nossa atuação. Atingimos 91% de cobertura sanitária e 100% dos bairros regularizados de Cuiabá com acesso a água tratada. Quando vejo os resultados do trabalho, o impacto no bem-estar e na dignidade das famílias, consolido a certeza de que todo o esforço vale a pena. No meu caso, o saneamento foi uma herança familiar, mas espero que através de mim e de todas as mulheres que atuam na Águas Cuiabá, surjam novas gerações de profissionais felizes e realizadas por meio do saneamento.

 

Julie Campbell é diretora operacional da Águas Cuiabá.



0 Comentários



    Ainda não há comentários.