Como professor universitário, facilitador do parto do conhecimento, fico muito satisfeito quando testemunho um aluno elaborar uma tese própria sobre qualquer matéria ou assunto, melhor daquela que eu sustentava.
Quando um aluno me corrige, com acerto, fico grato pela contribuição. O processo de ensino-aprendizagem não se dá entre um oráculo e ignorantes, sendo o oráculo o mais ignorante, além de arrogante.
Ele se dá por uma construção coletiva, de troca espontânea de aprendizados, saberes e experiências.
A aversão acadêmica por esse processo horizontal e dialógico, em formato de roda debaixo da árvore, ao invés de confinados em uma sala, em filas ou com computadores, dá-se pelo fato de que chegamos tão longe no desenvolvimento e relações tecnológicas que nos afastamos do desenvolvimento humano e da humanização das relações sociais, privadas e íntimas.
Sou do tempo que amizade valia mais do que ouro, generosidade mais do que um baú com tesouro. Tínhamos pouco, mas éramos muito um para o outro.
A simples companhia de uma pessoa querida dava sentido à vida. Fazer o bem era o mais nobre propósito que podíamos almejar.
Como disse o construtor da física quântica, grande ser humano e pensador:
"Vejo os homens se diferenciar pelas classes sociais e sei que nada as justifica a não ser pela violência. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida simples e natural, de corpo e de espírito.
Ora, a humanidade se apaixona por finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória, o luxo. Desde moço já as desprezava." (Albert Einstein)
Paulo Lemos é advogado e professor universitário.
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