Com um cenário político extremamente instável, dois anos consecutivos de Produto Interno Bruto (PIB) negativo, um processo de investigação da Polícia Federal que colocou em cheque grandes empresas públicas e privadas da área da engenharia, especialistas concordam que a economia brasileira ainda não têm forças para crescer a curto prazo. Mas, em meio a esse panorama negativo, é na força da engenharia, da agronomia, das geociências, das áreas tecnológicas e técnicas que se encontra o motor propulsor da economia brasileira, bem como as melhores alternativas de desenvolvimento do país.
Esse protagonismo da categoria pode ser visto em Mato Grosso que inicia o primeiro quadrimestre do ano com um salto de 14,1% se comparado ao mesmo quadrimestre de 2017, onde o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso teve aumento superior ao registrado na China, quando o indicador subiu 6,8. Na variação do acumulado anual, a economia mato-grossense cresceu 13,9%, enquanto a atividade econômica nacional registrou um aumento de apenas 0,6% no mesmo período. Já no acumulado dos últimos quatro meses em relação aos períodos anteriores, o Estado registrou crescimento de 10,2% e no Brasil a redução foi de -0,2%. Mérito do agronegócio que impulsionou o PIB mato-grossense com alta de 49%, além da indústria e serviços que também geraram emprego e renda, todas áreas que envolvem profissionais do Crea-MT. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em cooperação técnica com a Secretaria de Estado de Planejamento de Mato Grosso (Seplan-MT).
Todas as profissões vinculadas ao Sistema Confea/Crea e Mútua são essenciais para que possamos voltar a crescer com a sustentabilidade, e é necessário que sejam tratadas com respeito. Precisamos recompor, qualificar e valorizar nossos profissionais que atuam nas engenharias. O poder de decisão deve ser atribuído a profissionais desses segmentos para que o país volte a se desenvolver. Defendo e ressalto que as engenharias são aliadas de valor para o progresso do Brasil. Qualquer nação que progride e que garante qualidade de vida para sua população. Precisamos enxergar essas áreas como prioridade.
É preciso também promover a união das engenharias e participar e permitir que elas façam parte das decisões nacionais e regionais. Uma vez que a sua contribuição permeie todos os setores da sociedade, ou seja, a engenharia se transforma em um dos motores do desenvolvimento social e econômico, além de representar boa parte do PIB do país. O Crea Mato Grosso e as Entidades de Classe que o compõe estão aptos a propor aos governos estaduais e municipais uma agenda mínima de investimento em infraestrutura para que nosso Estado retome o seu crescimento contínuo, dando real sustentabilidade aos empregos e ao consumo. Trata-se da inteligência humana somada aos recursos naturais, soluções, para que Mato Grosso se torne um Estado desenvolvido sem realizar um crescimento desordenado e que seja nocivo às gerações futuras.
Nesse sentido, o Sistema Confea/Crea e Mútua tem plenas condições de apresentar soluções concretas aos governantes. Nossos profissionais têm a responsabilidade técnica para colocar sua expertise e promover um desenvolvimento sustentável, que garanta o equilíbrio entre as necessidades presentes em uma sociedade moderna com a obrigatória conservação e renovação dos recursos naturais. Para enfrentar os problemas centrais da sociedade ressalto ainda que é necessário modernizar as indústrias e gerir com eficiência as empresas que são verdadeiros patrimônios nacionais, como a Eletrobrás. Elas são consolidadas graças ao conhecimento e à capacidade de profissionais vinculados ao nosso Sistema e devem ser preservadas e defendidas.
João Pedro Valente é Presidente do Crea-MT, Engenheiro Agrônomo.
Ainda não há comentários.