As dietas da moda, muito presentes na atualidade, são essencialmente baseadas na restrição de alguns componentes da alimentação do ser humano. Essa restrição indiscriminada se baseia em transformar esses alimentos nos maiores males que já pisaram na terra. Para as dietas da proteína, paleolítica, e low carb o demônio da vez é o carboidrato.
Afirmo que essas dietas são perigosas, pois ignoram a individualidade de cada um, partindo do pressuposto de que algum grande grupo alimentar é culpado por todos os males da humanidade. Estamos diante de um erro. Uma alimentação adequada envolve comer de tudo um pouco, procurando um equilíbrio entre todos os alimentos disponíveis no mercado. É mais fácil, para aqueles que criam essas dietas, demonizar alguns alimentos e criar uma dieta contendo apenas aqueles que são considerados “bons”.
Carboidrato é parte fundamental da alimentação humana, sendo a principal fonte de energia do corpo humano. Alguns dos alimentos que tem maior quantidade de carboidrato são: Arroz, batata, feijão carioca, grão de bico, macarrão, pão, e frutas como banana, mamão e muitos outros, todos eles são automaticamente excluídos ou restringidos, em maior ou menor grau, em qualquer uma dessas dietas da moda.
Existem condições especiais, como a diabetes, que exigem um maior controle sobre quantidade e qualidade de carboidrato ingerido. Aí entra o pulo do gato: uma dieta saudável de verdade deve conter de tudo um pouco, sempre preferindo alimentos menos industrializados e com uma melhor qualidade nutricional. O famoso “desembale menos, descasque mais”.
No caso dos carboidratos a qualidade se define pela quantidade de fibras encontradas naquele alimento, quanto mais fibras melhor.
Esse processo de transformar alimentos em vilões cria um terrorismo nutricional onde ninguém mais sabe o que comer, como comer e quando comer. Felizmente esses questionamentos tem uma resposta muito simples: Podemos comer de tudo. O ponto são os exageros no dia a dia. A dieta é sempre individual, o que funcionou para a sua vizinha não vai, necessariamente, funcionar para você. A recomendação é sempre procurar uma nutricionista para uma orientação correta.
Alice Reino é especialista em nutrição clinica pela Universidade Federal de Mato Grosso e mestranda em nutrição humana pelo Instituto Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
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